Miliumas

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O livro em Movimento

sábado, abril 08, 2006

Festa das meninas princesas


Festa da Júlia e da Laís:


Texto 1 –

Aniversário de princesa!
Tem que ter um vestido de princesa!
Chama o Príncipe Mateus ou Pedro :

-Tem que ter uma roupa de Princesa,
a mais linda roupa já imaginada


V - A COSTUREIRA DAS FADAS Reinações de Narizinho
(texto de Monteiro Lobato)

Depois do jantar, o Príncipe levou Narizinho à casa da melhor costureira do reino. Era uma aranha de Paris, que sabia fazer vestidos lindos, lindos até não poder mais! Ela mesma tecia a fazenda, ela mesma inventava as modas.
_ Dona Aranha - disse o Príncipe - quero que faça para esta ilustre dama o vestido mais bonito do mundo. Vou dar uma grande festa em sua honra e quero vê-la deslumbrar a corte.
Disse e retirou-se. Dona Aranha tomou a fita métrica e, ajudada por seis aranhinhas muito espertas, principiou a tomar as medidas. Depois teceu depressa, depressa, uma fazenda cor-de-rosa com estrelinhas douradas, a coisa mais linda que se possa imaginar. Teceu também peças de fitas e peças de renda e peças de entremeio - até carretéis de linha de seda ela fabricou.

(Cena dançada de medição pra lá e pra cá) .
levar fitas e fita e rendas para performance

_ Que beleza! - ia exclamando a menina, cada vez mais admirada dos prodígios da costureira. Conheço muitas aranhas em casa de vovó, mas todas só sabem fazer teias de pegar moscas; nenhuma é capaz de fazer nem um paninho de avental...

-É que tenho mil anos de idade - explicou Dona Aranha - e sou a costureira mais velha do mundo. Aprendi a fazer todas as coisas. Já trabalhei durante muito tempo no reino das fadas; fui eu quem fez o vestido de baile de Cinderela e quase todos os vestidos de casamento de quase todas as meninas que se casaram com príncipes encantados.

_ E para a Branca de Neve também costurou?

_ Como não? Pois foi justamente quando eu estava fazendo o véu da noiva de Branca que fiquei aleijada. A tesoura caiu-me sobre o pé esquerdo, rachando o osso aqui neste lugar. Fui tratada pelo Doutor Caramujo, que é um médico muito bom.

Sarei, embora ficasse manca o resto da vida.

-Acha que esse Doutor Caramujo é capaz de curar uma boneca que nasceu muda? - perguntou a menina.
- Cura, sim. Ele tem umas pílulas que curam todas as doenças, exceto quando o doente morre.
Enquanto conversavam, Dona Aranha ia trabalhando no vestido.
- Está pronto - disse ela, por fim. - Vamos prová-lo. Narizinho vestiu-se, indo ver-se ao espelho.
E estava mesmo linda. Linda, tão linda no seu vestido cor-de-rosa com estrelinhas de ouro, que até o espelho arregalou os olhos, de espanto.

Trazendo, em seguida, o seu cofre de jóias, Dona Aranha pôs na cabeça da menina um diadema de orvalho, e braceletes de rubis do mar nos braços, e anéis de brilhantes do mar nos dedos, e fivelas de esmeraldas do mar nos sapatos, e uma grande rosa do mar no peito.

Mais linda ainda ficou Narizinho, tão mais linda que o espelho arregalou um pouco mais os olhos, começando a abrir a boca.

_ Pronto? - perguntou a menina deslumbrada.

_ Espere - respondeu Dona Aranha Costureira. - Faltam os pós de borboleta.

E ordenou às suas seis filhinhas que trouxessem as caixas de pó de borboleta. Escolheu o mais conveniente, que era o famoso pó furta-todas-as-cores, de tanto brilho que parecia pó de céu-sem-nuvens misturado com pó de sol-que-acaba-de nascer. Polvilhada com ele a menina ficou tal qual um sonho dourado! Linda, tão linda, tão mais, mais, mais linda, que o espelho foi arregalando ainda mais os olhos, mais, mais, mais, até que - craque!... rachou de alto a baixo em seis fragmentos!

Em vez de ficar danada com aquilo, como Narizinho esperava, Dona Aranha pôs-se a dançar de alegria.

-Ora graças! - exclamou, num suspiro de alívio. Chegou afinal o dia da minha libertação.

Quando nasci, uma fada rabugenta que detestava minha pobre mãe, virou-me em aranha, condenando-me a viver de costuras a vida inteira. No mesmo instante, porém, uma fada boa surgiu, e me deu esse espelho com estas palavras: “No dia em que fizeres o vestido mais lindo do mundo, deixarás de ser aranha e serás o que quiseres”.

_ Que bom! - aplaudiu Narizinho. - E no que vai a senhora virar?
_ Não sei ainda - respondeu a aranha. - Tenho que consultar o Príncipe.
_ Sim, mas não vire em nada antes de destes retalhos um vestido para a Emília. A pobrezinha não pode comparecer ao baile assim, em fraldas de camisa como está.
-Agora é tarde, menina. O encantamento está quebrado; já não sou mais costureira. Mas minhas filhas poderão fazer o vestido da boneca. Não sairá grande coisa, porque não tem a minha prática, mas há de servir. Onde está a Senhora Emília?
Narizinho não sabia. Depois que furtou os óculos da velha e saiu correndo, ninguém mais vira a boneca.
Dona Aranha voltou-se para as seis aranhinhas.
-Minhas filhas - disse ela - o encanto está quebrado e logo estarei virada no que quiser. Vou, portanto, abandonar esta vida de costureira, deixando a vocês o meu lugar. O encantamento continua em vocês. Cada uma tem de conservar um pedaço do espelho e passar a vida costurando até que consiga um vestido que o faça rachar de admiração, como sucedeu ao espelho grande.
Nisto o Príncipe apareceu. Narizinho contou-lhe toda a história, inclusive a atrapalhação da aranha quanto à escolha do que havia de ser.

O Príncipe observou que seu reino estava com falta de sereias, sendo muito do seu agrado que ela virasse sereia.

_ Nunca! - protestou Narizinho, que era de muito bons sentimentos. - Sereias são criaturas malvadas, cujo maior prazer é afundar navios. Antes vire princesa.

Houve grande discussão, sem que nada fosse decidido. Por fim a aranha resolveu não virar em coisa nenhuma.

-Acho melhor ficar no que sou. Assim, manca duma perna, se viro princesa ficarei sendo a Princesa Manca; se virar sereia, ficarei a Sereia Manca - e todos caçoarão de mim. Além do mais, como já sou aranha há mil anos, estou acostumadíssima.


E continuou aranha.
3 minutos de música triste com aranha manca.

-“ Saracoteai na teia da aranha que a aranha te pega pá papa...”


- “de presente eu gosto, de presente eu gosto...”.


História de um barquinho de Ilo Krugli


Era uma vez um barquinho.
O nome dele era Pingo Primeiro.
O Pingo nunca tinha navegado, vivia ali sempre parado e preso por uma âncora .
De vez em quando ele recebia alguma visita:
“Borboleta pequenina saia fora do rosal , vem ver cantar o hino que hoje é noite de Natal. Eu sou uma borboleta pequenina e feiticeira, vivo no meio das flores procurando quem me queira...”
E o barquinho chama:
-Fica aqui borboleta ...
-Não posso, a vida só dura um dia , tenho muito que conhecer....!!.Vem comigo barquinho!

-Não posso, estou preso.

Até que um dia , o rio fez uma surpresa pro Pingo trazendo pra perto dele a mais linda flor que já se viu . Irupê.

“Irupê, Irupê, flor dos meus olhos morenos, de mim se perdendo nas ondas do mar...”

-Olá Pingo!
-Olá Irupê!

-Eu vim descendo da montanha , nesse domingo lindo.
-E você , onde mora?
-Moro aqui mesmo no Rio Amazonas, entre uma margem e outra, nunca saio daqui, estou preso por uma âncora.

E assim Pingo e Irupê conversaram, riram, brincaram por todo o dia.
No cai da tarde uma ventania forte...vai levando Irupê.
Pingo ao vê-la se afastando, grita:
-Irupê, volta aqui!
-Não posso, as ondas estão me levando...
vem comigo, Pingo!

-Não posso, estou preso, Irupê!!

“Irupê, Irupê.”.
...e agora, onde encontrar Irupê?

“Saracuteia na teia da aranha que aranha te pega pá papá...”

“De presente eu gosto, de presente eu gosto...”
- Dona aranha, faz um favor, me solta aqui, tenho que tirar esta âncora!
-Aranha não faz favor.
-Pega então de presente esta âncora!
-De presente eu gosto, uhm que maravilha vou levar para minhas aranhinhas costurarem...
Belo presente...

E assim Pingo Primeiro se libertou e desceu o Rio a procura de sua amada, no caminho encontrava peixinhos , flores ...e perguntava para todo mundo:
-Vc viu Irupê?
-O que é Irupê?Um barco?

E ele respondia:

-Não, Irupê não é um barco , Irupê é uma flor ....é uma flor, a mais linda flor que já se viu .

“Irupê não é um barco, Irupê é uma flor.”

E foi descendo o rio até que chegou no mar.

Nunca Pingo tinha visto tanta água.
Quando passava por ali um enorme transatlântico.

Fooom

Hei, o senhor viu Irupê.
Não posso parar , estou indo para Europa e não conheço flores. Sou o Geral T, Eugenio C e estou indo para Europa.

Foi quase pisoteada por aquele monstro Nuvem cinzenta apontavam pelo sol poente e Pingo se viu então, sem âncora , numa tremenda tempestade.

Quando apareceu um marinheiro sei lá de onde.

“Quem te ensinou a nadar”.
Quem te ensinou a nadar
Foi, foi, marinheiro , foram os peixinhos do mar...”

-Ei Pingo, coloca esta âncora aqui, senão você vai se afogar !
E Pingo tinha medo:
- Se colocar âncora não vou mais poder procurar o meu amor, nunca mais quero estar preso.
-Não Pingo, deixa de bobagem, âncora se põe e se tira.

Quando estiver em apuros:
-abaixa a âncora
Quando tiver que navegar
-levanta a âncora

“Quem te ensinou a nadar...foi foi marinhseiro foram os peixinhos do mar ...”.

E assim pingo foi voltando Rio acima, sempre perguntando por Irupê

Até que um dia , lá no cantinho, banhada de sol.
Pingo viu...

-Irupê
-Pingo

Foi um encontro maravilhoso e dizem que vivem juntos até hoje no rio Amazonas...


Por que o mar tanto chora.
Cinderela Sergipana.(Silvio Romero 1883).

Onde morava uma Rainha.
Uma rainha que estava casada há muito tempo e ainda não tinha um filho.”Um Deus , permita que eu engravide, nem que seja para dar a luz à uma serpente”, ela rezava noite e dia até que por fim Deus concedeu sua prece e lhe concedeu uma filha , que nasceu com uma cobra enrolada no pescoço.
A princesinha recebeu o nome de Maria e, assim que aprendeu a falar, chamou a cobra de d.Labismina .As duas eram grandes amigas. Passeavam muito pela praia , nadavam juntas, brincavam.

Às vezes Maria deixava D.labismina mergulhava sozinha, mas se ela demorava a voltar , punha-se a chorar em grande aflição .
Um dia a cobra entrou no mar e desapareceu. Antes porém, disse a princesa que se estivesse em perigo , bastava chamá-la.

Anos depois a rainha de um país vizinho adoeceu. Quando estava preste a morrer , tirou um anel do dedo e o entregou ao rei , seu marido dizendo:
- “se você se casar de novo escolha uma princesa em cujo dedo caiba este anel direitinho.”

Tão logo ficou viúvo, o rei, que era um homem velho, feio e rabugento, resolveu procurar uma noiva .
Mandou o anel para todas as princesas do mundo experimentarem, e ele não coube em nenhum dedo.
Então descobriu que uma princesa ainda não experimentara :Maria foi visita- la em seu palácio e sem a menor dificuldade colocou-lhe o anel no dedo. Maria não queria se casar com aquele homem horroroso, , mas seus pais exultaram, pois era um a homem imensamente rico.
O casamento foi marcado pra breve .A pobre noiva desesperada , chorou dias a fio, até que se lembrou do que Dona Labismina lhe dissera ao se despedir .Foi então para a praia , chamou sua fiel amiga e lhe contou o que estava acontecendo.”Não se preocupe”, a cobra falou.”Diga ao rei que só se casará com ele se ele lhe trouxer um vestido da cor da mata com todas as flores.”
Maria fez exatamente como Dona labismina lhe recomendou.
O velho ficou muito aborrecido, mas, como estava encantado com a beleza da noiva , prometeu que lhe daria o tal vestido. Demorou bastante tempo, porém acabou cumprindo sua palavra.
“E agora, o que vou fazer?”, a princesa perguntou à cobra .Diga-lhe que só se casará se ele lhe der um vestido da cor do mar com todos os peixes.”, respondeu a boa amiga”.
O rei se aborreceu ainda mais, porém fez de tudo para atender a exigência da noiva .E lá se foi Maria mais uma vez pedir socorro à Dona labismina .”Diga-lhe que só se casará se ele lhe der um vestido da cor do céu com todas as estrelas.”, recomendou a cobra.
Ao tomar conhecimento desse novo capricho, o rei ficou terrivelmente irritado, mas, como das outras vezes , prometeu satisfazê-lo e não deixou de cumprir a promessa.
Desesperada, a princesa correu para a praia , onde sua fiel amiga já a esperava em um barco a postos.
“Fuja depressa!”, disse-lhe Dona labismina.” Este barco a levará para um reino distante , onde você se casará com o filho do rei. No dia de seu casamento , vá até a praia e me chame três vezes , para que meu encantamento se rompa e eu também seja princesa.”

Maria partiu e, conforme a cobra informara foi ter a um reino distante. Sem recursos para se manter , dirigiu-se ao palácio e pediu emprego. Encarregaram-na de cuidar do galinheiro.

Pouco depois se realizou uma festa anual na cidade que durava três dias. A família real e os fidalgos saiam para festejar com o povo. Maria recebeu ordens de ficar com as galinhas, porém assim que se viu sozinha pós seu vestido cor da mata com todas as flores e pediu a dona labismina uma carruagem e também foi à festa.

Todos que a viram se maravilharam com sua beleza , principalmente o filho do rei , mas ninguém a reconheceu.

Principalmente o filho do rei, mas ninguém a reconheceu .Maria se divertiu algumas horas e voltou para o palácio .Estava em seu canto toda esfarrapada quando o príncipe chegou e disse:vc viu aquela maravilha? , o rapaz perguntou à mãe antes de descer da carruagem, .”Não acha uq e se parece com a moça que cuida de nosso galinheiro?””A rainha franziu a testa surpresa “Imagine, a moça que trabalha em nosso galinheiro, vive maltrapilha e suja.. ”O príncipe deixou os pais falarem e foi falar com Maria”:

-Hoje vi lá na festa uma princesa muito parecida com você...”corando até a alma a princesinha murmurou:” Por favor alteza, não zombe de mim!”
No dia seguinte, depois que todos saíram, Maria pôs sua vestida cor do mar com todos os peixes e foi se divertir um pouco.
Perdidamente apaixonado o príncipe perguntou a uns e outro quem era aquela beleza, mas ninguém soube lhe dizer.
No terceiro dia da festa Maria usou seu vestido da cor do céu com todas as estrelas, e quando ia se retirar, recebeu do príncipe uma jóia.
Encerrados os festejos , o filho do rei caiu numa tristeza de dar pena. passava o tempo todo na cama, suspirando, e se recusava a comer. Sem saber mais o que fazer , a rainha ordenou à moça do galinheiro que preparasse uma canja suculenta para o filho debilitado. Maria obedeceu sem pestanejar e, antes de mandar a tigela de canja para o príncipe, colocou dentro o presente que ele lhe dera. Ao tomar a primeira colherada o rapaz encontrou a jóia e saiu da cama gritando estou curado, minha amada só pode ser a moça do galinheiro.
A rainha chamou Maria, que se apresentou usando o vestido da cor do céu , e naquele mesmo dia se casou com o príncipe.
Zonza de felicidade, a jovem se esqueceu de ir á praia e chamar por três vezes por sua fiel amiga assim , dona Labismina nunca se libertou de seus encantamentos , e é por isso que o mar tanto chora.

E se esquece de sua boa , amiga Dona Labismina.
E é porisso que o mar tanto chora


“Stamos em pleno mar..
Doudo no espaço brilha o luar , dourada borboleta..!”

"Que navio é este que chegou agora é um navio negreiro que é um marco na história" Caetano Veloso

Era um tempo que todas as histórias haviam desaparecido (Lenda africana).






























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