Miliumas

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O livro em Movimento

segunda-feira, setembro 20, 2010

Mapa de lendas

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narrações

dia 9 de outubro
ponto do livro café e arte
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Seleção Um livro puxa outro
Histórias africanas para crianças brasileiras
rua alves guimarães
pinheiros sp


dia 17 de outubro
centro cultural rio verde
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miliumas e cia da estrela
mapa de lendas das águas
por dona mariana

centro cultural rio verde

com a cia da estrela
contos dançados


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contos pela paz

mimerinques pela paz tatiana belinki
eco do eco trilogia de umberto eco
cidades invisíveis de italo calvino
7000 carvalhos Joseph Beuys,entre livros pedras e carvalhos
desenhos para meu filho john lennon e yoko
os dois quadros de paz tradição oral

roteiro da contação lendas da mata para centro cultural rio verde 2010.

entrada Murucututú

“O passado vai falar.
Elevai os corações

que o folclore é continuidade.


Antes do aparecimento do mundo não tinha nada .
Depois veio selva-homem -rio-lagos -mãe dágua da Amazônia -caboclo nativo sob a proteção do sol da lua e das estrelas .
Mãe Dágua construiu o seu reinado no fundo do rio mar onde reside até hoje .
De tempos em tempos ela se apaixona e sae para trazer seu escolhido para o fundo do rio pra fazer morada mais ela.cada caboclo que lhe oferece amor, lhe oferece a escravidão .
Teve um tempo que Mãe Dágua atraiu todos os caboclos da região deixando as mulheres sós que fundaram uma tribo composta apenas de mulheres que altivas e altaneiras viviam independentes não permitindo a entrada de invasores vizinhos intrigados com aquelas mulheres as amazonas .
Havia entretanto a festa da lua , num grande lago resplandecente as mulheres recebiam a visita de seus caboclos vizinhos.Se banhavam de finas ervas , óleos aromáticos, maquiagem natural da floresta e na beira da cascata límpida e cristalina oferecial de beber e de comer toda a noite em amor e ao amanhecer elas mergulhavam e traziam do fundo das águas as jóias divinas modeladas pela mão da mãe dágua em pessoa, em forma de sapinhos , um barro verde e cheiroso que em contato com a luz endurecia imediatamente...os muiraquitãs , ofertados aos amantes .Nesta hora a floresta amanhecia em festa e ouvia-se ao longe o canto do uirapuru assegurando a sorte eterna para o amor .Eram tres dias de festas e comemorações até que ao final a tribo novamente se fechava e se abria apenas para entregar os bebes caso fossem homens .

Era uma vez um menino que foi abandonado á beira do Igarapé .
Um menino sorridente , gordinho e de olhos maravilhosamente azuis.
passou por sete mães em sete anos levando luz divina e amor transformando seu redor até voltar para os braços da verdadeira mãe que era iara .Se entrelaçaram e desceram o rio deixando um rastro de muita felicidade.
de que cor é a alegria?
de que cor é o amor.


na amazônia se comemora as conquistas familiares com festas e no fim da festa se ve um sujeito de chapéu de palha , todo arrumado , moço lindo...pode ser mais um filho de mãe dágua solitário querendo levar uma jovem para seu palácio...

o boto da heloísa
o boto tucuxi
vai te boto

mãe dágua nem sempre leva nossos caboclos tem hora que ela mesma vem visitar a terra e um dia...

a mãe dágua de henriqueta lisboa

e tem quem passe na mata e ouve ao longe

quem quer?
quem quer?

música da Matinta Waldemar Henrique

livro mata da heloísa
o anel da Iara

isso é apenas uma cozinha normal larissa

ela nos dá presentes

o anel mágico do narrador que passa passa
o anel de ouro d mariana
ciranda do anel da bia bedran

mamãe oxum de zeca baleiro


Ignoro se Armila é dessa maneira por ser inacabada ou ter sido demolida . se por trás dela existe um feitiço ou mero capricho .O fato é que não há pardes , nem telhados , nem pavimentos, não há nada com que faça com que se pareça com uma cidade, exceto os encanamentos de água , que sobem verticalmente nos lugares que poderiam ser casas e ramificam -se onde deveriam estar os andares :uma floresta de tubos que terminam em torneiras , chuveiros , sifões e registros .A céu aberto , alvejam lavabos ou banheiras ou outras peças de mármores, , como frutas tardias .Dir-se ia que os encanadores terminaram sua obra antes da chegada dos pedreiros;ou então as suas instalações indestrutiveis , haviam resistido a uma catastrofe , terremoto ou corrosão de cupins.
Abandonada antes ou depois de ser habitada , não se pode dizer que Armila seja habitada , não se pode dizer que Armila seja deserta .A qualquer hora do dia , levantando os olhos através dos encanamentos
, não é raro entrever uma ou mais jovens mulheres , esbeltas de estatura não elevada , estendidas ao sol dentro das banheiras , arqueada debaixo dos chuveiros suspensos no vazio , fazendo abluções , ou que se enxugam , ou que se perfumam, ou que penteiam os longos cabelos diante do espelho.Ao sol, brilham os filetes de água despejados pelos chuveiros, os jatos das torneiras , os jorros, os borrifos, a espuma das esponjas.
A explicação a que cheguei é a seguinte :os curos de água canalizados nos encanamentos de Armila ainda permanecem sob o domínio das Ninfas e Nâiades ,Acostumadas a percorrer as veias subterraneas , encontram facilidade em avançar pelo novo reino aquático , irromper nas fontes , descobrir novos espelhos , novos jogos, novasa maneiras de desfrutar a água.
pode ser que a invasão delas tenha afastado os homens , ou pode ser que Armila ,tenha sido construída pelos homens como oferta para cativar a benevolência das ninfas ofendidas pela violação das águas.Seja como for, agora parecem contentes , essas moças cantam de manhã.

do livro Cidades Invisíveis de Italo Calvino .

termina com a música do Caetano

Alguém cantando ao longe , alguém cantando bem ...Caetano.





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