Miliumas

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O livro em Movimento

segunda-feira, maio 29, 2006

Meu santinho protetor

















MEU SANTINHO PROTETOR

Contação de “causos caipiras” na Internet.

Dias 16 e 23 de junho de 2006 às 16 horas na Sala de Internet Livre do Sesc Pinheiros, Tecka Mattoso contou a seleção de histórias o " Meu Santinho Protetor "Contação de causos caipiras" .São recortes literários “googados” da internet ,de livros , links e a poesia de Mamarama ...

Para que aticem a curiosidade e a vontade de ouvir poesias e que fiquem para registrar a influência e a legitimidade dessa figura notória, original e bem brasileira: o homem rural .

Trechos, a noite de São João de Martins Pena , Guimarães Rosa , trechos de Urubu quaquá do pinhém várias leituras do tema Junino , Casamento na Roça de Mamarama , tudo isto mesclando livros poesias e links com músicas, pesquisas e imagens de material da net só pra lembrar que toda tecnologia não pode acabar com a tradição oral, nos remeter aos livros e links onde cabem até receitas casamenteiras nesse net arraial virtual presencial.

Termina com cada participante deixando seu “causo” predileto num blog criado para a performance por Markinho Mendonça .

http://br.geocities.com/teckamattoso33/MeuSantinhoProtetor.html?1148761644928

Tempo 40 minutos de narração:

Narração de
Tecka Mattoso e convidados com música ao vivo :


Celso Coltro
Flavio Fernades
Kelly Cristina
Nina Kuasne
Camilo Kuasne
Marilía e
Melissa

imagens Trabalhadas pela VJ Bete Rum do -livro

Bienais Naifs do Brasil Sesc 1998

Que estes recortes na literatura aticem a curiosidade e que fiquem para registrar a influência e a legitimidade dessa figura notória, original e bem brasileira: o homem rural .

Que nos remetam aos links e livros disponíveis para navegações e leituras.

Roteiro:
Salve Cordel
Entrada imagens naifs Procissão

Ritinha com o livro de Rosas na mão.
Ele parece que ta aqui pertinho contando estas histórias só pra mim.

http://br.geocities.com/teckamattoso33/MeuSantinhoProtetor.html?1148761644928

http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/autores/martinspena/namorador/namorador_texto.html

http://gaioladaloka.blogspot.com/2005_06_01_gaioladaloka_archive.html

http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/quadrilha.htm

http://ifolk.vilabol.uol.com.br/dancas/quadrilha_2.htm

http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cadernos/ideias/2006/02/17/joride20060217015.html
http://www.cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id_usuario=32

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000200022&lng=en&nrm=iso


http://www.novafronteira.com.br/produto.asp?CodigoProduto=1209


Começa a narração:

Ritinha/Maria/Clara
vê-lo amanhã nascido, já saltamos três vezes por cima de um tição...

Clementina :já nos escondemos detrás da porta, para ouvirmos pronunciar o nome daquele que virá ser seu noivo.

Ritinha:

Vamos agora a do ovo !
Clementina quebra o ovo na beira do copo e deita a clara e gema dentro da água

Clementina –agora de cá (toma o copo) vamos coloca-lo no sereno

Só nos falta essa adivinhação.
Já plantamos o dente de alho
Anavantu, anarriêr...
Na palhoça coberta com folha de coqueiro e enfeitada de bandeiras multicoloridas está acontecendo um casamento matuto.
Lá fora, uma criança pula a fogueira e Maria Chiquinha ainda espera, com as preces para Santo Antônio, encontrar um marido.
Cheio de tradições que não se apagam com o tempo, o ciclo junino é cercado de lendas, simpatias e, sobretudo, festa. Muita festa.

C
onfira agora um pouco dos elementos que fazem parte de um das maiores folguedos populares do País.
Adivinhações para a noite de São João

Passe um ramo de manjericão na fogueira e atire-o ao telhado. Se na manhã seguinte o manjericão ainda estiver verde, o casamento é com moço. Se murchar, é com velho.

Introduza uma faca virgem numa bananeira. Depois disso, você tem que voltar pra casa sem olhar para trás. No dia seguinte, aparecerá na faca a inicial da noiva ou do noivo. Se não tiver nada, paciência: não vai ter casamento.

Ponha uma bacia ou tigela com água e olhe para dentro, rezando a Salve Rainha; deve aparecer a imagem do seu futuro par. Se nenhuma imagem, aparecer é porque você morrerá neste mesmo ano. Pode-se também fazer a experiência olhando para o fundo de uma cacimba. Coloque duas agulhas em uma bacia d’água. Se elas se juntarem, indicam casamento.

Escreva em papeletes os nomes de várias pessoas. Enrole os papéis. Depois coloque-os numa vasilha com água; o papel que amanhecer desenrolado indicará o nome da noiva ou noivo.Separe três pratos, um sem água, outro com água limpa, e outro com água suja: quem faz a experiência aproxima-se com os olhos vendados e põe a mão sobre um deles; o prato sem água não dá casamento, o de água suja indica que o casamento será com um viúvo, e o de água limpa, com solteiro. Ponha uma moeda de um real na fogueira e no dia seguinte a recolha, entregando ao primeiro pobre que aparecer. O nome do pobre é o nome do noivo. Passe sobre a fogueira um copo virgem contendo água. Depois amarre a aliança de uma mulher casada enrolada em um fio de cabelo. Reze uma Ave Maria. Tantas são as pancadas dadas pelo anel nas paredes do copo quantos os anos que o pretendente terá de esperar para se casar. Fonte:

Adaptado do Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luís Câmara Cascudo.


Isto é Lá com Santo Antônio (Lamartine Babo)

Eu pedi numa oração/ Ao querido São João/
Que me desse um matrimônio/São João disse que não!
São João disse que não! Isto é lá com Santo Antônio
Eu pedi numa oração/Ao querido São João/
Que me desse um matrimônio/Matrimônio! Matrimônio!/
Isto é lá com Santo Antônio
Implorei a São João/Desse ao menos um cartão/
Que eu levava a Santo Antônio/São João ficou zangado/
São João só dá cartão/Com direito a batizado.
Implorei a São João/Desse ao menos um cartão/
Que eu levava a Santo Antônio/Matrimônio! Matrimônio!/
Isso é lá com Santo Antônio!
São João não me atendendo/A São Pedro fui correndo/
Nos portões do paraíso/Disse o velho num sorriso: Minha gente,
eu sou chaveiro! Nunca fui casamenteiro! São João não me atendendo/
A São Pedro fui correndo/Nos portões do paraíso
Matrimônio! Matrimônio!/Isso é lá com Santo Antônio

Esse tempo sagrado também inicia o ciclo ritualístico com os ensaios que vão do sábado de aleluia até o sábado próximo, ou que coincide com o dia de Santo Antonio; prossegue com o batismo a 23 de junho, véspera do dia de São João - inicio do período junino da temporada de apresentações, cujo ápice são as vésperas do dia de São Pedro e de São Marçal, respectivamente 29 e 30 de junho, e depois continuam até setembro ou outubro, quando acontece a matança do folguedo.



Salve Cordel Fogo Encantado

Jacsonn do Pandeiro

Flô da paisagem

Menina, amanhã de manhã

Brinquedo cantado Versos e canções para encantar Rita de Cássia e Celso Coltro termina com Lanterna da Valdorf.

Seja lá com quem for que vc vai se casar, vai ser um caipira...vai ser um caipira ... entra uma das moças lendo...


Homem ou mulher que não mora na povoação, que não tem instrução ou trato social, que não sabe vestir-se ou apresentar-se em público (...) Habitante do interior, canhestro e tímido, desajeitado mas sonso... (Cascudo, apud Brandão, 1983, p. 10)


Por mais que rebusque o ‘étimo’ de ‘caipira’, nada tenho deduzido com firmeza. Caipira seria o aldeão; neste caso encontramos o tupi-guarani ‘capiâbiguâra’. Caipirismo é acanhamento, gesto de ocultar o rosto: neste caso temos a raiz ‘cai’ que quer dizer: ‘gesto de macaco ocultando o rosto’. ‘Capipiara’, que quer dizer o que é do mato. Capiã, de dentro do mato: faz lembrar o ‘capiau’ mineiro. ‘Caapi’ – trabalhar na terra, lavrar a terra – ‘caapiára’, lavrador. E o caipira é sempre lavrador. Creio ser este último caso o mais aceitável, pois ‘caipira’ quer dizer ‘roceiro’, isto é, lavrador... (Pires, apud Brandão, 1983, p. 11)


A sociedade caipira tradicional elaborou técnicas que permitiram estabilizar as relações do grupo com o meio (embora em nível que reputaríamos hoje precários), mediante o conhecimento satisfatório dos recursos naturais, a sua exploração sistemática e o estabelecimento de uma dieta compatível com o mínimo vital – tudo relacionado a uma vida social de tipo fechado, com base na economia de subsistência. (Cândido, 1987, p. 36)

Entra outro caipira e conta um causo que acabou de se passar ...


Era outra fazenda. No Curuzu então, não morava ninguém na casa do patrão, ninguém, mais eu fui uma vez lá no... quando eu era solteiro, então fui eu com três colegas, comigo eram quatro. Só que tinha que passar na frente da casa do patrão, lá no Curuzu. Nós vimos uma moça sentada no, na aba do passeio, numa caixona grande e vimos um cachorrão assim, grande também. E nós vimos que era noite, tudo... Passamos, quando nós passamos, nós olhamos lá, não tem nada, não tinha mais. Aquela moça não tinha, não estava mais lá, aquela no passeio, e a casa estava toda fechada. Não tinha mais ninguém, nem cachorro. E esse cachorro nós víamos ele, mas ele não latia! E ele vinha grandão atrás de nós, e depois sumiu. Mas por quê eu não sei explicar. Era essa a história de lá. Era assombração, não percebemos que jeito que era aquele negócio lá. Agora, a moça nós vimos, vimos sentada no passeio, vimos a moça, vimos o cachorro, mas a rapaziada nova não tinha medo! Nós estávamos em quatro, passamos aquilo por, por brincadeira, sabe. Mas depois que nós fomos conversar, o negócio mesmo, nós perguntamos, os outros mais velhos falaram: ‘Lá não mora ninguém não! Aquela casa é assombrada mesmo!’ .

AFORISMOS

Roseanos
Viver é muito perigosoDeus é paciênciaSertão. O senhor sabe: sertão onde manda quem é forte, com as astúcias. ...sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar. ...toda saudade é uma espécie de velhice Jagunço é isso. Jagunço não se escabreia com perda nem derrota - quase tudo para ele é o igual. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver. Viver é um descuido prosseguido.sertão é do tamanho do mundo Vingar, digo ao senhor : é lamber, frio, o que o outro cozinhou quente demais.Quem desconfia, fica sábio. Sertão é o sozinho.Sertão : é dentro da gente.sertão é sem lugar.
Para as coisas que há de pior, a gente não alcançar ;a fechar as portas.Vivendo, se aprende ; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas....amor só mente para dizer maior verdade. Paciência de velho tem muito valor.Sossego traz desejos.quem ama é sempre muito escravo, mas não obedece nunca de verdade.

O papagaio real - Violino Cigano de Regina Machado


É essa atmosfera que atravessa as linhas dos livros e vem impregnar a mente do leitor, que acaba por se familiarizar com o personagem, se envolver na história e escutar o que ele tanto tem a transmitir.

Ler uma prosa ou um poema sobre o homem rural – e mais ainda na sua voz – é ser absorvido por ele, como se ele estivesse muito próximo e familiar a contar o causo.


Escolha da noiva.
Jogada do buquê


Lanterna da Valdorf

Termina com alguma impressão no blog.

Cada computador em um link diferente.
Telão
Datashow











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