Miliumas

Miliumas
O livro em Movimento

terça-feira, novembro 23, 2010

Miliumas propostas

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Stand Do FNDE


Mata Contos folclore do Pará


História do barquinho do Ilo ...




A caixinha da Bisa Bia Bel da Ana Maria Machado.





os convites sempre tão lindos do Markinho Mendonça...agradeço!


Fechar os olhos e poder entrar nas imagens narradas na mais Paulista das avenidas , no SESC em família , que honra...




Miliumas apresenta:

Passeio poético musical brincante pelo bosque encantado do livro infantil.

Narração Pou pout ritmica de trechos de livros com vida e obra das maravilhosas pérolas literárias , vida e obra de autores e histórias com trechos de músicas folclóricas e tradicionais .

com Flavia Cunha e Tecka Mattoso
dia 26 de maio de 2010 16 hs
Biblioteca Adelpha Figueiredo
Praça Ilo Ottani, 146 – Canindé-3439 (infanto-juvenil) e 6694-0013 (acervo geral) Subprefeitura Mooca
Atendimento: 2ª a 6ª, das 8h às 17h; sábado, das 8h às 14h (infanto-juvenil). 2ª a 6ª, das 9h às 17h; sábado, das 9h às 13h (acervo geral).

dia 27 de maio de 2010

13 hs e 30 minutos

Biblioteca Marcos Rey
V. Anacê, 92 Campo Limpo - 05755-090 São Paulo, SP Tel.: 11 5845-2572 e 11 5843-1179 bmmarcosrey@yahoo.com.br

o livro em movimento


PIRLIMPIMPAR NA NET -




Tecka Mattoso 005890 da Cooperativa paulista de teatro apresenta:

MOSTRA MILIUMAS de Narração de histórias para sala Multimídia SESC Madureira  2011

-    


        
                                                                                 Ciranda para Lobato 


objetivo:Montar uma contação multimídia para sala de internet que fique em cartaz no sesc madureira.


oficina 1:montar a contação com narradores  ja experientes com foco na adaptação para sala de internet.
oficina 2 :iniciantes 


a partir do roteiro abaixo vamos aprofundando o trabalho por seis a quatro hs dia por 4 dias até a estréia para criar uma ambientação digital através das imagens dos livros ampliadas associadas a uma trilha sonora.Tudo muito simples criar um ambiente bem prazeroso para as narrações improvisadas, conversadas e encaixadas em uma trilha de imagens e sons.Tudo isto sem perder a essêmcia da tradicional figura do contador de histórias.


iniciantes 4 hs
avançado 2hs 


Como resultado teremos um filme feito em movie maker que contenha a trilha sonora para a contação que deverá ter de 50 minutos a uma hora , com o filme e a performance de narradores com sua peculiaridade e para todas as idades em comemoração ao aniversário de Monteiro Lobato.


- Um DVD com a gravação integral do espetáculo;


roteiro : Ciranda de homens e livros

Esta Contação começou em um encontro no Salão do Jornalista Escritor , um espaço aberto para o público infantil , e nada mais coerente que homenagear o nosso precoce jornalista escritor ,um nobre de muitos nomes , José Bento Renato Monteiro Lobato.

Agora teremos uma nova oportunidade de saborear novamente uma pequena mostra das maravilhas do relançamento dos livros Bentos de Mel .

Vou para contar histórias , vou contar uma história ou muitas histórias , ou uma única , a verdadeira , dos livros relançados  , trazendo de volta uma literatura atual , inserida no mundo imersivo de mídias diversas.Ele era um vidente , viu até a comunicação por rede de computadores e não é à toa que seus livros estão por aí até hoje para serem saboreados lentamente por muitas gerações ainda , degustados por muitos e muitos anos e depois ainda relidos e comparados com as leituras da tv , das rádios de todas as mídias que se encantaram com suas palavras.

Quero nesta contação , ler como quem lê Lobato pela primeira vez .
Estimular a leitura dos mitos mundiais , brasileiros .“Anote no seu caderninho”... ,G-A-S-O-L-I-N-A ele viveu na época do meu bisavô, poderia ser ele e esteve muito à frente de seu tempo , previu acontecimentos da humanidade , um precursor .

E agora posso ler para minhas netas .

Fiz uma colcha de retalhos para Lobato, costurando trechos de seus textos extraídos de fontes diversas , 


do site oficial http://lobato.uol.com.br/ , das memórias de sua neta Joyce , editado pela Moderna , de pesquisas”googadas” .





Roteiro da contação:A contação começa com notícias de jornais atuais , vou lendo trechos de nossos principais impasses e perguntando, dando Voz à Criança , como ele ensinou , pedindo soluções a elas, então às crianças presentes participantes , trazem as soluções para acabar com as guerras, diminuir o aquecimento global , "não poluir".

As respostas vem com firmeza :"Mais união" "Fazer paz" "Usar só o necessário"...

Vou anotando no meu caderninho , como ele.

Emendando com Frases Lobatianas ..

"A mim me salvaram as crianças , de tanto escrever para elas...simplifiquei-me”

"Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira - mas já tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum."
(Mundo da Lua, 1923)

"Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar."
(Carta a Godofredo Rangel, Rio de Janeiro, 7/5/1926)
"Um país se faz com homens e livros."
(América, 1932)

"Nada de imitar seja lá quem for. (...) Temos de ser nós mesmos (...) Ser núcleo de cometa, não cauda. Puxar fila, não seguir."
(Carta a Godofredo Rangel, São Paulo, 24/8/1904)

"Porque tenho sido tudo, e creio que minha verdadeira vocação é procurar o que valha a pena ser."
(Carta a Godofredo Rangel, Nova York, 28/11/1928)

"Meu plano agora é um só: dar ferro e petróleo ao Brasil."
(Carta a Godofredo Rangel, Nova York, 17/8/1927)

"O caboclo é o sombrio urupê de pau podre (...) Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive." [sobre Jeca Tatu]
(Urupês, prefácio à 4ª edição, 1919)

"O que mais aprecio num estilo é a propriedade exata de cada palavra." (Carta a Godofredo Rangel, São Paulo, 16/6/1904)
"Aqui jaz um homem que nunca leu a 'Brasiliana' nem ouviu a Hora do Brasil."
(Entrevista ao Jornal de São Paulo, 1946)

"A história dos historiadores coroados pelas academias mostra-nos só a sala de visitas dos povos. (...) Mas as memórias são a alcova, as chinelas, o penico, o quarto dos criados, a sala de jantar, a privada, o quintal (...) da humanidade."
(Carta a Godofredo Rangel, São Paulo, 9/5/1913)

"O que não somos nunca é ovelha - fiel ovelha do Santo Padre, de Sua Majestade o Rei, do Partido, da Convenção Social, dos Códigos da Moral Absoluta, do Batalhão, de tudo que mata a personalidade das criaturas."
(Carta a Godofredo Rangel, Fazenda, 7/6/1914)

"As fábulas em português (...) são pequenas moitas de amora do mato, espinhentas e impenetráveis. Um fabulário nosso, com bichos daqui em vez dos exóticos, se feito com arte e talento, dará coisa preciosa."
(Carta a Godofredo Rangel, Fazenda, 8/9/1916)

"Continuo traduzindo. A tradução é minha pinga. Traduzo como o bêbado bebe: para esquecer, para atordoar. Enquanto traduzo, não penso na sabotagem do petróleo."
(Carta a Godofredo Rangel, São Paulo, 15/4/1940)

"Passei nesta prisão, General, dias inolvidáveis, dos quais me lembrarei com a maior saudade. Tive o ensejo de observar que a maioria dos detentos é gente de alma muito mais limpa e nobre do que muita gente de alto bordo que anda à solta."
(Carta a Horta Barbosa, presidente do Conselho Nacional do Petróleo, abril de 1941)

"Estou condenado a ser o Andersen desta terra - talvez da América Latina."
(Carta a Godofredo Rangel, São Paulo, 28/3/1943)

"Todos os nossos males, econômicos, financeiros e morais, (...) provêm de uma causa única: pobreza, anemia econômica. Vou além: miséria."
(Carta a Alarico Silveira, Nova York, 3/5/1928)

"No fundo, o que há contra mim é inveja em conseqüência de minha vitória comercial nas letras. Até o fim do ano, passo dos 2 milhões em minhas tiragens."
(Carta a Jaime Adour da Câmara, São Paulo, 10/5/1946)

"Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a idéia de não desagradar ou chocar ninguém (...) Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver - cadeia, forca, exílio."
(Carta a João Palma Neto, São Paulo, 24/1/1948)

"No fundo não sou literato, sou pintor. Nasci pintor, mas como nunca peguei nos pincéis a sério, arranjei, sem nenhuma premeditação, este derivativo de literatura, e nada mais tenho feito senão pintar com palavras."
(Carta a Godofredo Rangel, Areias, 6/7/1909)

"A primeira vítima da televisão vai ser a velha e boa Saudade, que no fundo é filha da Lentidão e da Falta de Transportes. A saudade desaparecerá do mundo. Em breve futuro a palavra 'longe' se tornará arcaísmo."
(Carta a Godofredo Rangel, Nova York, 17/8/1928)

"Depois que me vi condenado a seis meses de prisão, e posto numa cadeia de assassinos e ladrões só porque teimei demais em dar petróleo à minha terra, morri um bom pedaço na alma."
(Carta a Godofredo Rangel, São Paulo, 17/9/1941)

"O certo em literatura é escrever com o mínimo possível de literatura. (...) a mim me salvaram as crianças. De tanto escrever para elas, simplifiquei-me."
(Carta a Godofredo Rangel, São Paulo, 1/2/1943)

"Acho a criatura humana muito mais interessante no período infantil do que depois de idiotamente tornar-se adulta."
(Entrevista a Celestino Silveira, anos 40)

"Futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de outros tantos ramos da arte caricatural."
(Idéias de Jeca Tatu, 1919)

"O verdadeiro amigo de um pintor não é aquele que o entontece de louvores; mas sim o que lhe dá uma opinião sincera, embora dura, e lhe traduz claramente, sem reservas, o que todos pensam dele por detrás."
(Idéias de Jeca Tatu, 1919)

"A natureza criou o tapete sem fim que recobre a superfície da terra. Dentro da pelagem desse tapete vivem todos os animais, respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem."
(Miscelânea, 1946)

"O meio de combater uma idéia é lançar ao seu encontro uma idéia melhor. (...) Nunca no mundo uma bala matou uma idéia."
(Prefácio a Georgismo e comunismo, 1948)

"Porque para o homem o clima 'certo' é um só: o da liberdade. Só neste clima o homem se sente feliz e prospera harmoniosamente. Quando muda o clima e a liberdade desaparece, vem a tristeza, a aflição, o desespero e a decadência."
(O Minotauro, 1939)

"A mulher não é inferior nem superior ao homem. é diferente. No dia em que compreendemos isso a fundo, muitos mal-entendidos desaparecerão da face da terra."
(Prefácio ao livro No carinho da luz, de Josefina Sarmento Barbosa, 1921)

"Assim como é de cedo que se torce o pepino, também é trabalhando a criança que se consegue boa safra de adultos."
(Carta a Vicente Guimarães, Campos do Jordão, 12/1/1936)

"Escrever é gravar reações psíquicas. O escritor funciona qual antena - e disso vem o valor da literatura. Por meio dela, fixam-se aspectos da alma dum povo, ou pelo menos instantes da vida desse povo."
(Na Antevéspera, prefácio à 1ª edição, 1933)

"A coisa que menos me mete medo é o futuro."

(material colhido no site e colocado no jornal para ser lida e no fundo som de rádio antigo entre uma frase e outra aumenta muito o som de rádio antigo).

...Era uma vez um menino nascido no interior de SP. Taubaté. Um Menino curioso que gostava de nadar e pescar nos rios de sua terra . De certo que ouvia os galos cantarem ao amanhecer, e sentia o cheiro de terra molhada na chuva e observador que era, anotava tudo no seu caderninho , um caderninho mágico onde anotava tudo que achava interessante e muito cedo começou sua carreira de jornalista escritor.

Perdeu os pais cedo e logo teve que trabalhar para se manter na cidade grande , o que foi fácil com seu caderninho mágico , onde transformava suas lembranças de seus entes queridos em personagens , e o que anotava ...em livros. Fez a primeira editora no Brasil. Pessoas que passaram por sua vida , eram transformadas em seres eternos , habitantes da vida de muita gente , através da fantasia real desse moço.

Transformava suas lembranças em personagens Viscondes, Emílias, Narizinhos seres vivos e imortais que passam de tempo a tempo , vivos e reinando ainda .Eternos. Relembrava os mitos universais , com uma literatura de visão ampla.

"E canários cantando, e beijaflores beijando flores e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde, pequeninando e não mordendo."

São verdadeiros Livros de mel , livros amados e muito lidos por gerações e mais gerações e ainda hoje continuam muito atuais , Livros que chegam agora fresquinhos , saídos do forno...para meus netos e seus filhos.

Os livros vão passando pelos ouvintes , para serem cheirados ,dançados e olhados e vão passando de mão em mão ...de geração em geração .
Doces palavras imortais.


Adaptação para a linguagem multimídia:




A sala terá uma luz resultado das ilustrações , em roda, conversando as histórias , dançando ou narrando.



DESCOBERTA DA GOSTOSURA


"Querida Leninha,

Aconteceu nesta semana uma novidade tão boa, que tinha que te contar depressinha! Lá na biblioteca da Escola peguei um livro chamado REINAÇÕES DE NARIZINHO do Monteiro Lobato. Comecei a folhear meio de nariz torto, porque era muito grosso, parecia que não ia acabar nunca e que ia ser uma baita duma chateação.
Li o comecinho e o que vinha depois e mais depois e quando percebi, já tinha dado o sinal pra voltar pra sala e eu sem conseguir tirar os olhos daquela delícia deliciante. Suspirei, pedi emprestado e levei pra casa. Não fiz mais nada o dia inteiro. Nem de noite. Nem na manhã seguinte e na outra e outra. Não consegui nem piscar antes de acabar.
Tem umas lindezas de arrepiar como quando a Narizinho casa com o Príncipe Escamado e a Dona Aranha faz um vestido tão lindo pra ela, feito só de cores, que até o espelho arregalou os olhos de espanto e rachou em seis partes. Quando for grande, vou ter um assim. Se não, morro. Quando eles passeiam pelo Reino das Águas Claras, dá vontade de ir junto e ficar rodopiando na boniteza...
Quando a Emília, a boneca de macela, toma a pílula falante e desembesta numa falação sem tamanho, é de morrer de rir. E logo logo, sem a gente perceber direito, ela vira gente. Apronta, inventa, encara. Demais!
O livro todo é uma surpresa. Você pensa que vai acontecer uma coisa e... acontece outra! Muito mais divertida e mais maravilhenta do que a minha cabeça poderia inventar. É só gostosura!
Tudo acontece no Sítio do Picapau Amarelo onde só moram crianças e avós, o Marquês de Rabicó, que é um porquinho que come tudo que vê pela frente, a espevitada Emília e um sabugo de milho que é um sábio de cartola e que sabe tudo sobre todas as coisas: o Visconde de Sabugosa. Quando eu mandar na minha vida, vou me mudar pro Sítio do Picapau Amarelo e viver também no bem bom. No mundo inteiro, não tem lugar como aquele... " O Sítio é gostoso como um chinelo velho."
Nem posso acreditar que já tenho mais de 8 anos e só agora é que li um livro do Monteiro Lobato. Perdi o maior tempo desta minha vida . Se ainda não leu nada dele, corra pra conseguir um livro e ficar abraçada de alegria.
Beijos da
Alice

SABOR DE ENCANTAMENTO


Querida Leninha,

Hoje foi um dia glorioso pra mim! Formatura da 4ª série e ganhei de presente o que mais queria na vida. A coleção completa dos livros infantis do Monteiro Lobato. 17 volumes que dão vontade de lamber e acariciar de mansinho. Verdade que já li todos! Agora, vou poder reler, treler quantas vezes quiser. São meus!!! Pra pegar quando tiver vontade. E sempre tenho...
Vou começar pelos que mais gosto. Foi tão bom ir com todo o pessoal do Sítio passear na Via Láctea, ver o São Jorge lutando contra o dragão, encontrar o anjinho da asa quebrada, "a maior das galantezas ", voltar e comer os bolinhos da Tia Nastácia. Embarquei junto na VIAGEM AO CÉU! Só queria mesmo era ter o meu próprio pó de pirlimpimpim pra poder viajar pra onde bem entendesse, na hora que me desse uma vontadona insegurável...
Fico com uma baita inveja da Emília que fez sozinha A REFORMA DA NATUREZA. Maior atrevimento da criaturinha. Inventou, misturou, experimentou. Ela não tem medos, encara todas, faz e desfaz e sai toda contentinha da vida pra ver no que deu a sua aprontação. Se leva bronca, se faz de desentendida, arregala os olhos de retrós e diz uma asneira de deixar todo mundo mudo. Dava tudo pra ter um pouquinho da coragem dela...Será que vou ter um dia???
Outro livro que vou reler logo, logo é A CHAVE DO TAMANHO e ver todos ficarem pequeníssimos e terem que se virar com seus novos tamanhos e falta de força. Ter que ter idéias novas o tempo todo. Danadinho, o Lobato. Cutuca a gente sempre e faz ficar pensando, pensando...

Momento apoteose ao livro.

Jogando Pó de Pirlimpimpim a gente vai se posicionando para a Grande Viagem da Leitura.

Começa a música da Betânia Debaixo dágua
Agora a gente se transporta para o reino do fundo das águas onde se passar uma história do livro reinações de narizinho , número 1 da coleção ...

"Mas tinha que respirar...debaixo dágua..."
A gente ouve a Betânia para ir entrando no mundo mágico da memória que acorda , acordando agora todas as ninfas...(a história Costureira das Fadas começa e será narrada inteira e depois encenada) .

V - A COSTUREIRA DAS FADAS
Reinações de Narizinho (texto de Monteiro Lobato na íntegra)som de Bêtania Debaixo Dágua 


Depois do jantar, o Príncipe levou Narizinho à casa da melhor costureira do reino. Era uma aranha de Paris, que sabia fazer vestidos lindos, lindos até não poder mais! Ela mesma tecia a fazenda, ela mesma inventava as modas.
_ Dona Aranha - disse o Príncipe - quero que faça para esta ilustre dama o vestido mais bonito do mundo. Vou dar uma grande festa em sua honra e quero vê-la deslumbrar a corte. Disse e retirou-se.
Dona Aranha tomou a fita métrica e, ajudada por seis aranhinhas muito espertas, principiou a tomar as medidas. Depois teceu depressa, depressa, uma fazenda cor-de-rosa com estrelinhas douradas, a coisa mais linda que se possa imaginar. Teceu também peças de fitas e peças de renda e peças de entremeio - até carretéis de linha de seda ela fabricou.
(Cena dançada de medição pra lá e pra cá) .levar fitas e fita e rendas para performance
_ Que beleza! - ia exclamando a menina, cada vez mais admirada dos prodígios da costureira. Conheço muitas aranhas em casa de vovó, mas todas só sabem fazer teias de pegar moscas; nenhuma é capaz de fazer nem um paninho de avental...
-É que tenho mil anos de idade - explicou Dona Aranha - e sou a costureira mais velha do mundo. Aprendi a fazer todas as coisas. Já trabalhei durante muito tempo no reino das fadas; fui eu quem fez o vestido de baile de Cinderela e quase todos os vestidos de casamento de quase todas as meninas que se casaram com príncipes encantados
_ E para a Branca de Neve também costurou?
_ Como não? Pois foi justamente quando eu estava fazendo o véu da noiva de Branca que fiquei aleijada. A tesoura caiu-me sobre o pé esquerdo, rachando o osso aqui neste lugar. Fui tratada pelo Doutor Caramujo, que é um médico muito bom. Sarei, embora ficasse manca o resto da vida.
-Acha que esse Doutor Caramujo é capaz de curar uma boneca que nasceu muda? - perguntou a menina.
Cura, sim. Ele tem umas pílulas que curam todas as doenças, exceto quando o doente morre.
Enquanto conversavam, Dona Aranha ia trabalhando no vestido.
- Está pronto - disse ela, por fim. - Vamos prová-lo. Narizinho vestiu-se, indo ver-se ao espelho. E estava mesmo linda. Linda, tão linda no seu vestido cor-de-rosa com estrelinhas de ouro, que até o espelho arregalou os olhos, de espanto. Trazendo, em seguida, o seu cofre de jóias, Dona Aranha pôs na cabeça da menina um diadema de orvalho, e braceletes de rubis do mar nos braços, e anéis de brilhantes do mar nos dedos, e fivelas de esmeraldas do mar nos sapatos, e uma grande rosa do mar no peito. Mais linda ainda ficou Narizinho, tão mais linda que o espelho arregalou um pouco mais os olhos, começando a abrir a boca.
_ Pronto? - perguntou a menina deslumbrada.
_ Espere - respondeu Dona Aranha Costureira.
- Faltam os pós de borboleta. E ordenou às suas seis filhinhas que trouxessem as caixas de pó de borboleta. Escolheu o mais conveniente, que era o famoso pó furta-todas-as-cores, de tanto brilho que parecia pó de céu-sem-nuvens misturado com pó de sol-que-acaba-de nascer. Polvilhada com ele a menina ficou tal qual um sonho dourado! Linda, tão linda, tão mais, mais, mais linda, que o espelho foi arregalando ainda mais os olhos, mais, mais, mais, até que - craque!... rachou de alto a baixo em seis fragmentos!
Em vez de ficar danada com aquilo, como Narizinho esperava, Dona Aranha pôs-se a dançar de alegria.
-Ora graças! - exclamou, num suspiro de alívio. Chegou afinal o dia da minha libertação.
Quando nasci, uma fada rabugenta que detestava minha pobre mãe, virou-me em aranha, condenando-me a viver de costuras a vida inteira. No mesmo instante, porém, uma fada boa surgiu, e me deu esse espelho com estas palavras:

“No dia em que fizeres o vestido mais lindo do mundo, deixarás de ser aranha e serás o que quiseres”.

_ Que bom! - aplaudiu Narizinho. - E no que vai a senhora virar?
_ Não sei ainda - respondeu a aranha. - Tenho que consultar o Príncipe.
_ Sim, mas não vire em nada antes de destes retalhos um vestido para a Emília. A pobrezinha não pode comparecer ao baile assim, em fraldas de camisa como está.
-Agora é tarde, menina. O encantamento está quebrado; já não sou mais costureira. Mas minhas filhas poderão fazer o vestido da boneca. Não sairá grande coisa, porque não tem a minha prática, mas há de servir. Onde está a Senhora Emília?
Narizinho não sabia. Depois que furtou os óculos da velha e saiu correndo, ninguém mais vira a boneca. Dona Aranha voltou-se para as seis aranhinhas.
- Minhas filhas - disse ela - o encanto está quebrado e logo estarei virada no que quiser. Vou, portanto, abandonar esta vida de costureira, deixando a vocês o meu lugar. O encantamento continua em vocês. Cada uma tem de conservar um pedaço do espelho e passar a vida costurando até que consiga um vestido que o faça rachar de admiração, como sucedeu ao espelho grande. Nisto o Príncipe apareceu. Narizinho contou-lhe toda a história, inclusive a atrapalhação da aranha quanto à escolha do que havia de ser. O Príncipe observou que seu reino estava com falta de sereias, sendo muito do seu agrado que ela virasse sereia.
_ Nunca! - protestou Narizinho, que era de muito bons sentimentos. - Sereias são criaturas malvadas, cujo maior prazer é afundar navios. Antes vire princesa. Houve grande discussão, sem que nada fosse decidido. Por fim a aranha resolveu não virar em coisa nenhuma.
-Acho melhor ficar no que sou. Assim, manca duma perna, se viro princesa ficarei sendo a Princesa Manca; se virar sereia, ficarei a Sereia Manca - e todos caçoarão de mim. Além do mais, como já sou aranha há mil anos, estou acostumadíssima.
E continuou sendo aranha...
.
Que bom hem , como é bom ter aranhas amigas por perto, eu mesma tenho muitas na minha casa.Outro dia minha netinha pediu que eu tirasse , ela também só sabe fazer teias de pegar moscas.hehe. Tirei por amor a ela porque na verdade elas são amigas.

E você está acostumadíssima a ser o que?

Vou perguntando e colhendo respostas pelo público.

-Eu mesma!Oras!A ser Mariana, que tal brincar de ser Lúcia agora?

Sim ...E agora vamos brincar de ser outra pessoa, um personagem da história que acabei de contar.Remontamos, brincando .

E aquele menino fazedor de coisas lindas , estava certo em ser autêntico e acostumadíssimo a ser ele fazendo palavras pintadas, era um Pintor de Palavras .

Quero que agora a gente possa brincar de ser desenhista, pintor, vamos ali do lado agora desenhar pra ele...o personagem , um pedaço da vida, um personagem. Vamos fazer o caminho inverso...um desenho para suas palavras...

http://www.vidaslusofonas.pt/monteiro_lobato.htm

No fundo a trilha, as imagens das histórias e da vida...

Vamos depois para a mesa e desenhamos o personagem de Lobato que para gente mais significados tem , no fundo som de gaita ...seu Lobato tinha uma gaita , e levamos tudo isto para o centro da roda para começar nossa ciranda de homens e livros para lobato, para agradecer a riqueza de imagens trazidas em seus livros.

No centro da roda muitas imagens pelo pintor de palavras :os mitos gregos , os brasileiros , franceses e caipiras,o Jeca Tatu , Dom Quixote , o Minotauro, entre fadas e caiporas , o homem do Brasil está lá , ele retrata meu passado meu presente e meu futuro na figura de minhas netas que terão a honra de poder saborear a leitura do Vô da Joyce , o Bento Lobato nosso , com a graça de Deus. Porque os livros passam de mão em mão .E a maior das histórias é a mistura das gerações que agora se confrontam em um trabalho de resgate de tradição literária passada de geração em geração , sob os olhos atentos de Laras e Lucas viajando para o céu. , caçando sacis , entrando no mundo maravilhosos da grande viagem real que é a leitura . As crianças urbanas que tem que se relacionar com a floresta pela palavra virada tv ou livro , essas s crianças da cidade que não “ pegam carrapato” mas podem ter o "pó de pirlimpimpim ...

".Mais uma mídia se intera do guru Lobato , gênio e mestre no trilhar os primeiros passos na leitura e um vasto mundo para contação. Poderia contar só Lobato e ainda não daria tempo para tudo.

Vidente também e injustiçado , que lidou com os revezes com muito bom humor. , viveu também algumas tristezas , na verdade uma tristeza muito grande que se deu, de uma confusão que aconteceu que se pode ser narrada pela Emília , pelo Visconde ou pelo Lobato .Resumindo foi um envolvimento político, onde ele dizia que no Brasil havia petróleo e mandou uma carta ao presidente e ele acabou preso.

Na volta foi morar fora do Brasil mas já bem triste.

Formamos agora a roda final, uma ciranda .

De mãos dadas com as imagens do caderninho com as anotações sugeridas pelas crianças relidas em arauto ...fechamos a roda de mãos dadas e " Como se fosse brincadeira de roda ...memória de Elis para lobato com nossos agradecimentos , e no centro pétalas de rosas amarelas e vermelhas misturadas com pó de pirlimpimpim e as anotações das crianças pela paz!!!!!! Jogadas para cima !!!! Pela memória!

Nessa mistura fina.

Biombo de jornal com as notícias atuais da exploração de petróleo.Figurino neutro branco preto e bege.
Uma gaita ....um tambor e muitos sons. Pausa - Silêncio
Luz nas flores Só a gaita "Seu Lobato tinha uma gaita laraica quando toca Loraca bate nela, e os anjos larangos tocam tangos larangos lá na serra .Maria ...se tú vais ao baile, tú leva o xale que vai chover , senão de madrugada toda molhada vais adoecer."Olha a chuva!!!!Chuva de histórias !!!Do Bento !!!!

Quando se reedita , se efetiva o elo com alma do ser .

Viajava muito, mudava de casa em casa e sempre ...piscando.Piscava e Escrevia.Piscava e buscava petróleo.Piscava e mudava de casa em casa , de país em país .


"A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso um rosário de piscadas.cada pisco é um dia .pisca e mama ;pisca e anda ;pisca e brinca ;pisca e estuda ;pisca e ama;pisca e cria filhos ;pisca e geme os reumatismos ;por fim ,pisca pela última vez e morre....Depois que morre vira hipótese.

Memórias da Emília 1936
E um dia o nosso menino pintor de palavras piscou pela última vez...

http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_escritores_mlobato_texto008.html

Folha da Noite São Paulo, terça feira, 6 de julho de 1948 Publicação gentilmente autorizada pelo Banco de Dados da Folha de S. Paulo
INCALCULAVEL MASSA POPULAR RENDEU SUAS HOMENAGENS A MONTEIRO LOBATO

Governo e povo acompanharam até o cemitério da Consolação os restos mortais do querido pai do Jeca Tatu - decretado luto oficial - às expensas do estado os funerais do ilustre escritor Realizou-se ontem, às 15 horas, no cemitério da Consolação, o sepultamento de Monteiro Lobato, saindo o féretro da Biblioteca Municipal. Seus restos foram carregados até a ultima morada por seus amigos e admiradores, acompanhados por incalculável multidão. As ruas nas proximidades da Biblioteca tiveram o transito interrompido cerca de trinta minutos, tal a massa humana que se formou para acompanhar os funerais. Momentos antes da saída do féretro, o governador do Estado, acompanhado dos seus secretários João de Deus Cardoso de Melo, da Justiça, José Fajardo, do Trabalho, e Astolfo Pio Monteiro da Silva, bem como o sr. Paulo Lauro, visitaram, pela ultima vez, o corpo do grande escritor, e conduziram o caixão até a rua. O féretro foi acompanhado por altas personalidades políticas e sociais e por grande massa de pessoas. No cemitério da Consolação
Enquanto os restos de Monteiro Lobato seguiam para o cemitério da Consolação, pela rua do mesmo nome grande numero de pessoas comprimia-se à entrada daquele campo santo, notando-se homens, mulheres, velhos e crianças que ali permaneciam numa derradeira homenagem. Ao lado do tumulto do ilustre escritor encontrava-se incorporada a Academia Paulista de Letras, o ator Procópio Ferreira, jornalistas e amigos do grande morto. Nessa ocasião, reverenciam a memória de Monteiro Lobato, pelo microfone das emissoras paulistas, os srs. Altino Arantes, Roberto Moreira, Soares de Melo e Spencer Vanpré. O ator Procópio Ferreira, visivelmente emocionado, pronunciou as seguintes palavras ao microfone: "A sem-vergonhice nacional está de parabéns com a morte de Monteiro Lobato, grande homem, grande espírito, grande artista. Não sabemos o que mais admirar nele: se o homem de bem ou se o artista perfeito. Em meu nome e no de todos os atores do Brasil, trago aqui o nosso adeus comovido." Momentos depois, acompanhados de verdadeira multidão, chegavam os despojos de Monteiro Lobato, que recebeu, ali, das mulheres, homens e principalmente crianças, uma grande consagração. Fala o secretario da justiça
Quando chegou o corpo de Monteiro Lobato, a multidão entoou o hino nacional, falando em seguida, em nome do governo do Estado, o sr. João de Deus Cardoso de Melo, secretario da Justiça. Prestando uma derradeira homenagem ao ilustre morto, disse s. ex. que o autor de "Emilia" havia encarnado durante toda sua vida de escritor, a reação ao espirito conformista e a noção bem clara dos homens e responsabilidade. "Dessa forma - salientou - transformou sua pena maravilhosa numa espada fulgurante e ponteaguda que lhe serviu de combate aos hipocritas e para rasgar os tumores da nossa incuria e da nossa preguiça;" Depois de referir-se à obra de Monteiro Lobato, o sr. João de Deus Cardoso de Melo disse que o ilustre morto não fôra compreendido, talvez, pela sua epoca e por muitos da sua geração de ceticos. Então voltou-se para as crianças com uma fé toda particular, escrevendo livros maravilhosos e ensinando-as, não obstante o travo de fel que havia em sua vida, que foi uma luta constante contra a inercia e a filosofia do "deixar como está para ver como fica." Construiu para as crianças, num grande Sonho. "Deixemo-lo dormir com o seu sonho - concluiu - o seu sonho maravilhoso com o Brasil de amanhã." Discurso do sr. Francisco Pati
Falou em seguida, em nome da Academia Paulista de Letras, o sr. Francisco Pati, que pronunciou o seguinte discurso: "Monteiro Lobato: Está de luto o "Sitio do Pica-pau Amarelo". Vejo dona Benta de lenço aos olhos, enxugando lagrimas. Junto dela, cosido às suas saias, o visconde de Sabugosa, muito preocupado com a atitude a assumir, não sabendo bem qual deva ser a de um filosofo em presença da morte. Pedrinho e Narizinho, travessos mas de bom coração, andam aos soluços pelos cantos. Tia Anastácia, esfregando os olhos com a ponta do avental, mal contem o desespero de Emilia, a mais endiabrada ontem, hoje a mais aflita. "Tantas coisas lhes ensinaste. Monteiro Lobato, mas de uma te esqueceste. Não lhes disseste nunca o que poderia acontecer no dia em que desaparecesses, isto é, no dia em que aquele "Sitio" e aqueles irriquietos calungas viessem a perder-te. "Eu sei o que perdeu a gente daquele "Sitio". Sei, tambem, o que perdeu o Brasil. Passas à posteridade aureolado de um grande titulo: criador da literatura brasileira para crianças. O "Sitio" de dona Benta não é só um pedaço de terra; é, principalmente, um pedaço da vida. Dentro dele está a nossa infancia. Ele é a nossa infancia. Pedrinho, Narizinho, Emilia, Sabugosa, Tia Anastacia, ou somos nós, ou são as sombras amigas que nos rodearam na meninice. Tiveste a felicidade de criar, com a imaginação, um grande pequeno mundo, - o mundo da curiosidade infantil. "Não me parece necessário, depois disso, arrolar e invocar as demais virtudes de espírito e de sentimento que fizeram de ti, em São Paulo, uma figura à parte. Não me parece necessário, efetivamente, lembrar que és o autor de "Urupês", de onde emerge, como um anátema, Jeca-Tatu, e de tantos outros livros de literatura ou de idéias, de simples correspondência ou de combate, nem que és ainda o autor das mais belas cartas até hoje escritas no país, cartas de amizade, cartas de louvor ou de critica, cartas políticas. Nos momentos infaustos da nossa vida social e política, uma carta que escrevesse valia por um libelo. De dentro de tuas quatro paredes, num bairro paulistano, atiravas contra os insensatos ou os medíocres as suas sátiras, como Victor Hugo, dos rochedos de Guernesey, as suas blasfêmias bíblicas. "Não me parece necessário lembrar que eras também, um homem de grande coragem cívica, e que algumas de tuas observações políticas são epitáfios no bronze! "Criador da literatura para crianças, não é tanto o serviço prestado às letras que me comove, mas o que prestaste, principalmente, à própria nacionalidade. É obra de reivindicador a tua. Reivindicaste para as tradições brasileiras, para as nossas lendas e os nossos símbolos, as nossas crianças e as nossas superstições, a nossa geografia e a nossa historia, o direito de encher a imaginação das crianças, no momento em que elas se libertam do instinto e ainda não receberam a visita da inteligência. O "Sitio do Pica-pau Amarelo" sucede, assim, na historia das nossas letras infantis, às florestas européias povoadas por duendes e deuses capripedes. "O êxito da tua dedicação à criança, como produtor de livros ensinou, igualmente, aos teus imitadores ou discípulos, que ser infantil não é ser ridículo. A criança não é um débil mental. No Brasil, a criança, é um prodígio de sagacidade e de perspicácia, de vibração interior e de exaltação afetiva. Ela é, até certo ponto, publico mais exigente que o outro. "A criança brasileira sabe distinguir o bom e o mau escritor, o que escreve por vocação e o que escreve por mercantilismo. Quantos são, efetivamente, os que te fazem companhia, Monteiro Lobato, na estima de Liliput? "É o que pergunta ao Brasil, pela minha boca, a Academia Paulista de Letras, inconformada com a tua perda. A convivência com as crianças do teu mundo interior tornou-te exigente na escolha dos teus amigos e tal exigência pôde parecer, às vezes, horror à sociabilidade, quase misantropia. Nós que te tivemos ao lado na Academia Paulista de Letras, senão em todas as horas pelo menos em algumas de importância decisiva para a vida do nosso grêmio, sabemos que eras, no fundo, uma grande ternura desejosa de exercer-se em beneficio dos homens. Se nem sempre o conseguiste, a culpa não foi tua e sim dos homens. "A Academia Paulista de Letras entrega o teu corpo à terra de São Paulo, como aos braços de mãe orgulhosa de tão ilustre filho. Dorme em paz." Outros oradores
A seguir, o sr. Otaviano Alves de Lima pronunciou a seguinte oração: "Falo em nome dos amigos pessoais mais intimos de Monteiro Lobato. Tomado de grande emoção, peço que me perdoem. O momento não comporta senão poucas palavras. "Monteiro Lobato foi um dos maiores brasileiros. Uma verdadeira gloria nacional. Ninguém mais entranhadamente amou esta terra do que ele. "A matéria, por certo, desaparecerá, mas o seu espírito aqui fica imperecível, mais vivo do que nunca, na memória e na admiração de todos nós. Como todos os gênios, é daqui por diante que Lobato vai realmente produzir. É mais uma das ironias da sorte..." Falaram ainda os srs. Geraldo N. Serra, em nome da Associação Paulista de Imprensa; Salomão Jorge, em nome da Assembléia Legislativa Estadual; Pedro Pomar, em nome dos comunistas brasileiros e no do sr. Luís Carlos Prestes: Emílio Fontana, em nome do Congresso Infanto-Juvenil de Escritores, que relembrou a atuação do ilustre escritor à frente daquele conclave; Rossini Camargo Guarnieri, em nome dos poetas paulistas; Antonio Teixeira em nome da Associação dos Advogados de São Paulo; d. Anita Carrijo, em seu nome e no da Associação Universitaria Feminina de São Paulo; e o vereador Cid Franco, em seu nome e do do Partido Socialista Brasileiro. O deputado Salomão Jorge referiu-se à atuação de Monteiro Lobato como escritor e homem de bem, e o deputado Pedro Pomar relembrou as lutas do grande escritor na questão do petróleo. Homenagem da biblioteca infantil
Finalmente, em nome da Biblioteca Infantil e dos seus frequentadores, o menino René Serra pronunciou as seguintes palavras, que representam ainda a homenagem de sua geração: "É este um dia vazio para nós, Monteiro Lobato. Um dia em que despertamos sabendo que você se foi, levando um pedacinho dos nossos corações, uma saudade de cada criança desta cidade, deste Estado, deste país. A mesma dor que sentimos, a sentem os jovens e os adultos que já foram crianças, que já foram seus leitores, seus discípulos. "Monteiro Lobato, você é o vovozinho de todas as crianças do Brasil, o avô carinhoso e muito rico de todos nós, possuidor de um fabuloso tesouro. E, antes de nos deixar, cuidou de amparar-nos, de repartir seu tesouro entre todos os seus netinhos. Transformou-o em livrinhos, os mais belos, os mais proveitosos que já lemos. São lições para os seus meninos, são guias que nos indicarão a direção a seguir, nesta longa caminhada que iniciamos e que você já terminou. "Obrigado, Monteiro Lobato. Você muito nos deu e nós, em troca, só podemos oferecer-lhe gratidão. "Deus o receba. Se a carga não for pesada, leve consigo milhares de corações de crianças; e entre eles estão os nossos, dos freqüentadores das Bibliotecas Infantis e dos sócios do "Grêmio Juvenil Cultural Monteiro Lobato". Leve-os: eles far-lhe-ão companhia, como você sempre nos fez..." Homenagem de Taubaté
Taubaté, terra natal de Monteiro Lobato, prestou expressiva homenagem à memória de seu insigne filho. Em nome da cidade, uma comissão constituída dos srs. José Luís de Almeida Soares, prefeito municipal; professor Cesidio Ambrogio, do Colégio Estadual e Escola Normal Oficial; Ortiz Monteiro Pato, da Sociedade dos Amigos da Cidade de Taubaté, e Gentil de Camargo, da Sociedade Taubateana de Historia e Folclore, veio a esta capital, a fim de representá-la nas ultimas homenagens a Monteiro Lobato. Essa comissão trouxe a incumbência de pleitear em nome da cidade, que o sepultamento se realizasse em Taubaté, o que entretanto não foi possível. A morte de Monteiro Lobato foi recebida com grande consternação em Taubaté, sendo decretado luto oficial por três dias. Varias solenidades estão em preparo na cidade em homenagem ao ilustre morto. "Embora escrevesse em português, sua linguagem era universal"
Expressiva nota do jornal argentino "El Mundo" Em sua edição de ontem, o matutino "El Mundo", de Buenos Aires, juntamente com o noticiário da morte de Monteiro Lobato, publicou a seguinte nota: "Há certamente, na América, muitos homens e mulheres que não sabem quem tenha sido José Bento Monteiro Lobato. Poucas, porem, muito poucas são as crianças que o desconhecem. Esta foi a qualidade maior do grande avô que acaba de partir: ser amigo das crianças americanas; um amigo sem fronteiras de idiomas nem distancias. "Monteiro Lobato escreveu os mais belos e alados contos de fantasia que surgiram no Novo Mundo no ensangüentado período que medeia as duas guerras mundiais. "Embora tenha escrito em português, sua linguagem era universal, e as crianças, que presenteou com narrativas cheias de luz e de céus, e a quem propiciou viagens fabulosas, compreenderam-no perfeitamente. E sentiram-se gratas ao seu grande avô. "Pode dizer-se que nenhum homem, em nenhuma época, recebeu como ele tantas cartas infantis. Somente em 1940, quando, por defender a liberdade, o que é o mesmo que defender as crianças, foi condenado a um ano de prisão, mais de um milhão de cartas lhe foram enviadas pelos seus pequenos amigos de toda a América. Essa, mais do que nenhuma outra, foi a sua grande recompensa. "Monteiro Lobato foi todavia algo mais, muito mais, do que apenas o grande escritor contemporâneo das crianças. Antes de escrever obras como "As Reinações de Narizinho", comparável às mais belas produções de Anderson e Grimm no campo da literatura infantil, o ilustre literato brasileiro escreveu, para os adultos de sua patria, livros que condensam toda época e todo o drama do seu país. Seu livro de contos, intitulado "Urupês", que se acha traduzido na maioria dos idiomas cultos, figura entre as obras culminantes do conto. Como novelista vigoroso, deixou-nos paginas em que sobressaem a natureza e o homem do Brasil, os quais figuram nas "Cidades Mortas", "Jeca-Tatu", "O Macaco que se Fez Homem", "Petróleo" e "Ferro". "Há pouco tempo, Monteiro Lobato esteve na Argentina. E aqui, numa roda de amigos, confessou: "Escrevo para as crianças, porque, depois de amanhã, elas construirão o mundo com que hoje sonhamos". Desejava ir ao Peru, para ler nas velhas catacumbas Incas e nas ruínas das suas cidades mortas a verdade da América primitiva, a fim de construir um livro, que dissesse a verdade. Logo porem começou a sentir-se debilitado e teve que regressar célere ao São Paulo de suas primeiras lutas, aquele mesmo que, com uma carta, o transformou em escritor."
Folha da Noite São Paulo, terça feira, 6 de julho de 1948 Publicação gentilmente autorizada pelo Banco de Dados da Folha de S. Paulo

mudou para sempre e se foi deixando tanta gente eterna pra mim , pra ti e para todos .

Virou uma hipótese.

Vamos girando e agradecendo enquanto se encerra a ciranda .

Cada um vai falando o nome do desenho que realizou , vamos agradecendo a hipótese de ser o pó de pirlimpimpim uma energia real, que todo mundo tem de poder sentar e se transportar para outros universos no ato de ler , e vamos deixando o pó de pirlimpimpim , alí para todos nós , que temos a capacidade de nos transportar para onde quisermos através da leitura, no ato de ler e viajar... Viajemos de novo com Lobato!Se o Pirlimpimpim é para viajar então ler é se pirlimpimpar!!!!!

PIRLMPIMPIM PARA TODOS NÓS 









"Como vocês sabem, pelo menos 171 crianças e jovens escreveram a Monteiro Lobato, entre 1932 e 1946. Cartas desses 171 remententes infanto-juvenis estão hoje no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo.
Um desses correspondentes é Edith Canto (que por vezes se assina Edite Canto), de Botucatu, que, em dezembro de 1939 estava fazendo exames orais para completar a terceira série do curso primário. Assim, Edith deve ter nascido por volta de 1930, poderia estar hoje com 78 anos. Se alguém for de Botucatu, conhecer parentes de Edith, poderia ser um caminho para talvez resgatarmos algumas cartas de Lobato a seus pequenos e jovens leitores.
Agradeço qualquer pista!Vai abaixo a transcrição de uma carta que copiei no IEB/USP.abraços, Luís[Folha de papel 27,6 cm x 18,2 cm, dobrada ao meio, compondo 4 páginas de 13,8 cm x 18,2 cm; as páginas pares em branco. No canto superior esquerdo há um carimbo "Edith Canto", com letras douradas, em ângulo de 45º. São Paulo, 12 de Janeiro de 1944
Meu caro Sr. LobatoApezar de eu haver recebido os três livros que o Sr. teve a gentileza de me presentear, no dia 6, somente hoje é que eu venho agradecer. O Sr. ha de ter adivinhado o porque da demora de minha resposta. Eu os li antes de lhe enviar os agradecimentos - a curiosidade venceu o dever da gratidão.O caso é que primeiramente eu li "A chave do tamanho".Gostei, gostei muito. Achei ex-traordinaria a facilidade de adatação da Emilia. Suas teorias são notaveis!O raciocinio do livro está perfeito , a palavra "li" está escrita "lis", com o S riscado.][outra página]feito em face da situação tão dificil.O que muito me agradou na nova edição das "Fabulas" foi o comentário do pessoal do sítio. Comentário "batatal" que dá margem a outros co-mentários...Quanto à "Viagem ao Céu" fi-cou inda mais interessante depois das muitas modificações sofridas.Que delicia a gente receber um presente como este!Agradeço-lhe muito, Sr. Mon-teiro Lobato; foi o melhor presente que recebi em minha vida mesmo porque ele me veio de suas mãos.Edith Canto.IEB/USPFundo Raul de Andrada e SilvaDossiê Monteiro LobatoSérie Correspondência Passiva / Cartas InfantisARAS-DML, Cp, Ci, Cx.1, P2, 19Nota: o livro Fabulas de Narizinho foi publicado em 1921 e reúne 29 fábulas. No ano seguinte Lobato publica Fabulas, com 77 fábulas. Mas é apenas na oitava edição do livro, em 1943, que o livro aparece com a forma como hoje o conhecemos, com uma discussão do pessoal do Sítio depois da cada fábula. 


                                                    A

                                                                    





Ponto MILIUMAS , LIVRO EM MOVIMENTO APRESENTAM:
proposta para SEXTA FEIRA 13 de maio de 2011.


Terror na Sala de Internet 


Cidade dos deitados .

A cidade dos deitados de Heloísa Prieto que conduz a narrativa,  um texto poético e divertido para todas as idades  ,  que fala da morte de uma maneira engraçada e leve , vou encaixando na narração piadas e outros livros de terror de escritores renomados como o homenageado em seu centenário  Edgar Allan Poe  , Luís Câmara Cascudo , Monteiro Lobato e ainda  uma exposição de imagens de oficina realizada por Alex Lima no computador e alunos do Sesc Consolação e tudo isto vai estar na trilha em dvd no lap top pois a sala de leitura que estaremos não tem telão.A trilha sonora que orienta a narrativa.
Termina com uma chuva de pétalas de rosas homenageando os escritores mortos que vivem através de seus livros.
Os livros ficam pelo espaço de leitura em exposição e como mais um túmulo visitado pela sobrinha da tia Marina , vamos juntos com ela e jogaremos flores para Lobato , flores para Cecília Meirelles , Allan Poe, Oscar Wilde , Lorca , Italo Calvino, Carlos Drummond, Mario Mattoso...
"Flores para acordar os esquecidos ..."

Uma apoteose aos escritores  mortos  realizada no festival da arte de contar histórias SP e na bienal de livros no rio e agora no SESC Santo André.
Narrativa de Gato Petro de Edgar allan Poe em segredo para os adultos e adolescentes sem que as crianças ouçam  depois termina com  Girassóis de Caio fernado Abreu , Flora de Bartolomeu Souza Queirós, Casa Assombrada Sonia Junqueira, Tarsila do Amaral se tiverem pequeninos Monstro Verde não venha me assustar, O importante é não ter medo .
E nesse Balaio de livros brincamos e nos envolvemos e nos familiarizamos cada vez mais com eles e com as músicas e as ilustrações e as idéias , o cheiro de livro , as cores dos livros , tudos isto nos preenche  .



A partir do livro de Heloísa Prieto vamos passear pelo universo gótico e entrar em contato com histórias de arrepiar o cabelo que já inspiraram artistas como Tarsila do Amaral , um caminho para falar do medo da morte!

Cidade dos deitados Heloísa Prieto Cosac
Casa assombrada Sonia Junqueira Atual
O gato preto de Edgar Allan Poe
O anel Heloísa Prieto Mata
Rosário de piscadas (Memórias da Emília)Monteiro Lobato
Tarsila do Amaral  Lia Zatz USP Paulinias
Flora Bartolomeu de Souza Queirós Global
Girassois Caio Fernando de Abreu Global
Vai te embora monstro verde Ed Emberley Brinque book
O segredo é não ter medo Tatiana Belinky ed 34
Notícias de jornais e Folhinha
tempo:40 minutos
para todas as idades
19 hs
Sala de internet


narração Tecka Mattoso
filme dvd e trilha sonora Flavia Cunha.


         









 Grupo Rosas apresenta:

                                                    Anjos

A partir do conto de Italo calvino Lêonia vamos caminhar por varios livros ecológicos , sempre com música ao vivo.

È uma atividade para todas as idades e para toda  a família.

Tem o intuito de incentivar leitura de livros ecológicos, que tragam consciência da necessidade de paz e preservação do universo .

É uma ótima apresentação de Italo Calvino .
horários
sábados 18 hs
domingo 9 hs
tempo 20 min cada entrada

música de Flavia Cunha

Textos narração e pesquisa de Tecka Mattoso

As cidades contínuas



"A cidade de Lêonia refaz a si própria todos os dias :a população acorda todas as manhãs em lençóis frescos , lava-se com sabonetes recém tirados da embalagem , veste roupões novíssimos , extrae das mais avançadas geladeiras latas ainda intactas, escutando as últimas lengas lengas do último modelo de rádio.
O certo é que os lixeiros são acolhidos como anjos ." Italo Calvino pgs 105 cidades
livros narrados
A bomba e o general, Os Gnomos de Gnú, Os tres astronautas de Umberto Eco
As cidades invisíveis texto Leônia
Figurino Lixeiros da paz






 Mandala de histórias 



Proposta de encontro de narradores improvisadores com temas diversos:
A idéia aqui é fazer uma contação de histórias diferenciada com uma dinâmica guiada por jogos de improvisação que vão trazer um desafio a mais para o experiente narrador convidado para a atividade.Lançado o tema, quem tiver a palavra inicia a narração , o público pode ir colocando elementos para serem incorporados .Terão o acompanhamento de músicos percussionistas .




narradores que serão convidados:


Kiara Terra
Lilian Marquetti
Kelli Orasis
Tininha Kalazans
Tecka Mattoso 
Kika Antunes
Clara Haddad
tema :O público que vai tirar o tema
regras do jogo:criadas pelo grupo
encontros:a combinar 






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