Miliumas

Miliumas
O livro em Movimento

quinta-feira, março 01, 2007

Cenas de livros







Miliumas ou o Livro em Movimento

"Embora nenhum de nós vá viver para sempre" , as histórias conseguem. Enquanto restar uma criatura que saiba conta-las e enquanto, elas puderem ser repetidas, os poderes do amor, da misericórdia, da generosidade e da perseverança forem continuamente invocados a estar no mundo, eu lhe garanto que... será suficiente."

( Clarissa P Estés)

Miliumas é resultado de trabalho. São quase vinte anos de um trabalho cênico voltado ao livro, à arte contemporânea , à educação e à cultura.

A vida de uma contadora de histórias é recheada de surpresas! Afinal, levo imagens para tantas e tantas pessoas. Quantos olhares atentos, suspiros conjuntos, sorrisos e brilhos nos olhos inesquecíveis que passam através de mim . É com muito prazer que sigo essa missão de repassar a história. Para isso, observo a vida pontuando símbolos universais e tento recriá-lós nesse mundo faz-de-conta. Compartilhar uma imagem é oferecer a mão ao outro a uma viagem , num convite aberto para a reflexão.

Reflexão esta que se dá nos micro universos criados pelos escritores , nas terceiras margens dos rios, no ninho das aranhas , nos mais altos picos das árvores.

Que espaços ocupa um contador de histórias do sec. XXI? Um asilo, um orfanato, uma doceria, espaços culturais, escolas, bibliotecas, salas de internet, uma caverna tecnológica, hospitais, febem, ruas, bares, feiras de livros, praças, teatros, cozinhas, a TV , o rádio, o cinema, o metrô .

Para que se conta histórias? Para quem?

Para ocuparmos o nosso tempo em imaginar, em penetrar nos labirintos secretos de símbolos e ações, ampliando nossa percepção, treinando nosso ouvido para escutar os gritos da Terra .

Para educadores, crianças, adultos, adolescentes, bibliotecários, atores, músicos, poetas, pessoas de terceira idade e por aí vai. Histórias para acender a chama da curiosidade, para incentivar à leitura, para apontar realidades, para pensar, para dar exemplos .
Como contar? São inúmeras as técnicas possíveis, vou falar das que eu mais gosto. Eu gosto de contar as histórias com os livros. Acho importante mostrar a capa e as ilustrações, ainda mais se for num telão com as ilustrações ampliadas!

Gosto de contar em roda, em espaços pequenos, ao ar livre.

Gosto de contar em grupo na Companhia das mil histórias Tambatajá , que faço parte, com outros contadores , em duplas , com Edú Garudah e outros ou sozinha.

Gosto de brincar com música ao vivo, trilha sonoras, danças e imagens. E por que não brincar com interferências de voz digitalizadas, em salas de internet!?

Faço um pouco de tudo, acho importante ousar, inovar. Cada livro pede um narrador diferente e procuro conhecê-lo. Em seguida, componho o cenário adequado, a luz, encontro a música. Ensaio. brinco com o tempo necessário para o outro imaginar o que é contado. Acelero o passo. Diminuo. Equilibro. Silencio. Decoro.Roteirizo.Conto de novo. Me aposso.Faço associações peço ajuda de outros artistas. No final escolho a música , os objetos e conto. Em silêncio.Muitas e muitas vezes antes de oferecer ao público.

Leio em cena , em conjunto desvendando um ato sem mistérios.
O que contar? Esse é o ponto principal, e claro , só podem ser boas histórias.Tão óbvio e tão difícil. Hoje em dia, pesquiso contos ecológicos, histórias reais pela paz, lendas do Brasil, indígenas, latino americanos, pré-columbianas, européias e africanas, navego pelos encantados, portugueses, italianos , japonesas.A pesquisa pode partir de um tema, de uma região , de uma música de um quadro ou da vida de pessoas, sejam pintores ou poetas, Orixás ou outros Deuses ou de uma palavra ... enfim...Miliumas.

Autores : Andersem, Grimm, Oscar Wilde, Italo Calvino, Carlo Collodi, Umberto Eco, Ana Maria Machado, Claudio Thebas, Eva Furnari, Adão Iturrusgarai, Roger Mello, Odilon Moraes, Heloísa Prieto, Florencia Ferrari, Tatiana Belinki, Hilo Krugli, Regina Machado, John Lenon e Yoko Ono, Rainer Maria Hilke, Charles Baudelaire, Luís Fernando Veríssimo, Cecília Meireles, Camara Cascudo, Ricardo Azevedo, Daniel Munduruku, Mariana Caltabiano, James Thurber, Hilda Hilst , Guimarães Rosa , Monteiro Lobato , Mamarama , Thiago de Melo e ainda aberta a tantos outros autores maravilhosos. Bibliografia de apoio: A arte de ler e narrar histórias Malba Tahan -ed.Conquista A arte secreta do ator Eugenio Barba -EdUnicampi Arte e Ciência Mito e Razão Mario Schenberg Edusp Acordais Regina Machado Companhia das letrinhas A canoa de papel Eugenio Barba ed Hicitec Além da ilhas flutuantes Eugenio Barba ed.Hicitec O poder do mito Joseph Campbell Rd Palas atenas Seis Propostas para o próximo milenio Italo Calvino Cia das letras Uma história da leitura - Alberto Manguel Companhia das letras Seis passeios pelo bosque da ficção Umberto Eco ed Atica ,O livro do Palhaço de Claudio Thebas Cia das Letrinhas .
Bem-vindos! Venham ouvir MILIUMAS! Pinceladas das muitas e muitas cenas de poesia e de livros em movimento!

Projetos 2007
As cidades e suas musas -leitura cênica de Cidades Invisíveis com Edú Garudah Sesc Paulista 2007
Rosas com a Trupe Flavia Cunha , Negro Nei, Quinho, Paulo Farah André e o Menino Lucas e eu Sesc Santana janeiro 2007
Lenga la lenga Mitos indígenas latino americanos nas Estações de metrô pelo Instituto Brasil Leitor .
Mostra de vídeos no Youtube e Sapo
Rosas e Cidades
Sociais (aguardando patrocínio)
Tecendo contos
Miliumas na Tv em abrigos -atividade semanal
Sala de leitura Meninos do Chico em orfanato em Extrema mG
Projetos 2006
http://www.podcast1.com.br/blog.php?codigo_canal=538

Fita verde no cabelo A velha nova estória do Guimarães Rosa Nova Fronteira Sonho de Lucy John Lennon Salamandra
Mata contos do folclore do Pará Heloísa Prieto Cia das Letrinhas
Eco do eco Contos de Umberto Eco pela paz Àtica
Aniversário das meninas princesas e quem mais chegar...coração de contadora de histórias tem sempre espaço pra mais uma , alguma encomenda inesperada que leva a pesquisa prá lá e prá cá.
Apareçam!


Patrícia Kalil said... Que livro-em-movimento mais cheio de alegria!
Quero passear na sua voz! Instrumento! Meio e começo! Sem fim. Sherazade do mundo moderno. Eu, pessoalmente, já tive a sorte de ouvir Tecka Mattoso contar a lenda do boto cor-de-rosa! Não pisquei o olho. Miliumas é a vida do pop clown. Não encerra em "arabian nights", ou em "brazilian days". Vai além. Fiandeira Tecka! Teça sempre. Conte e reconte. Por meio do seu narrar, percebo, medito e descubro outros caminhos...





CENAS DE LIVROS CONTOS DO MUNDO
[Photo]



Cenas de Livros – Contos do Mundo Todo
Nesta roda de leitura com acompanhamento musical e muita interatividade, são apresentados trechos de livros e contos portugueses, irlandeses, dinamarqueses, alemães, africanos, russos, italianos e ciganos de autores como Oscar Wilde, Hans Christian Andersen, Irmãos Grimm, Monteiro Lobato, Ítalo Calvino e outros. Após esta rodada, as crianças elegem seus trechos preferidos para serem contados até o final e têm acesso aos livros de onde vieram as histórias. Com Tecka Mattoso – Grupo Miliumas. 1 Grátis 40 vagas. Inscrições antecipadas no dia da atividade.
Dia 07/04 Sábado, às 15h.


SESC Avenida Paulista Cenas de Livros Contos do Mundo Todo

Roda de leitura com música em que são contados trechos de histórias e as crianças escolhem suas preferidas para ouvir até o fim. São contos brasileiros, dinamarqueses, alemães, africanos, russos, italianos e ciganos.

Com Tecka Mattoso.

Inicia a Roda com uma música

Começo a ler trechos de cada um desses ...começa nossa viagem.

Brasileiros: A Costureira das fadas de Monteiro Lobato do livro Reinações de Narizinho , Por que o mar tanto chora de Silvio Romero folclore do livro volta ao mundo em 52 histórias
Dinamarqueses:A princesa e a ervilha ou Polegarzinha de Andersen
Alemães: Grimn A luz azul , Branca de Neve , Rapunzel , Os dois irmãos
Africanos:Iemanjá , Buti de djibuti , Uma é assim, a outra assado , O baú das histórias
Russos : Vassilhissa , Baba Yaga , Ivan e o Pássaro de fogo
Italianos- O anel mágico Ìtalo Calvino , O amor das três romãs Ìtalo Calvino do livro Fábulas Italianas
Ciganos: A cigana que sabia de tudo
Irlandeses_- Oscar Wilde O gigante egoísta

Cenas de livros – Contos do Mundo

No dia 7 de abril de 2007 às 15 hs haverá uma Contação de histórias de livros com o tema Contos do Mundo e a contação será associada a uma oficina cênica onde as crianças escolherão a história que será contada e encenada , encerrando assim a oficina viagem pelos contos do mundo.

O evento estará inaugurando uma Sala de Leitura na unidade com este festival de livros , lembrando o aniversário do livro infantil mundial dia 2 (aniversário Hans Cristian Andersem) e do livro infantil nacional dia 18 (aniversário de Monteiro Lobato) , e dia 23 de abril dia mundial do livro , todos comemorados em abril.

A contação se dará no jardim da cobertura da unidade do SESC Paulista.

40 vagas para crianças de 5 a 11 anos.
ingressos com uma hora de antecedência

Histórias maravilhosas de Andersen
Contos de Grimn
Histórias para aprender a sonhar Oscar wilde
Volta ao mundo em 52 histórias
Viagem pelo Brasil em 52 histórias
Palavra Cigana Cosac e Naify
7 Contos russos
Galeio
Contos e Lendas da Àfrica
Encantamento
Meu primeiro livro de contos de fadas
Ponto a ponto Ana Maria Machado
Fábulas italianas Ítalo Calvino
Monteiro Lobato Reinações de Narizinho



Texto integral:

V - A COSTUREIRA DAS FADAS
(texto de Monteiro Lobato)

Depois do jantar, o Príncipe levou Narizinho à casa da melhor costureira do reino. Era uma aranha de Paris, que sabia fazer vestidos lindos, lindos até não poder mais! Ela mesma tecia a fazenda, ela mesma inventava as modas.
_ Dona Aranha - disse o Príncipe - quero que faça para esta ilustre dama o vestido mais bonito do mundo. Vou dar uma grande festa em sua honra e quero vê-la deslumbrar a corte.
Disse e retirou-se. Dona Aranha tomou a fita métrica e, ajudada por seis aranhinhas muito espertas, principiou a tomar as medidas. Depois teceu depressa, depressa, uma fazenda cor-de-rosa com estrelinhas douradas, a coisa mais linda que se possa imaginar. Teceu também peças de fitas e peças de renda e peças de entremeio - até carretéis de linha de seda ela fabricou.

(Cena dançada de medição pra lá e pra cá) .
levar fitas e fita e rendas para performance

_ Que beleza! - ia exclamando a menina, cada vez mais admirada dos prodígios da costureira. Conheço muitas aranhas em casa de vovó, mas todas só sabem fazer teias de pegar moscas; nenhuma é capaz de fazer nem um paninho de avental...

-É que tenho mil anos de idade - explicou Dona Aranha - e sou a costureira mais velha do mundo. Aprendi a fazer todas as coisas. Já trabalhei durante muito tempo no reino das fadas; fui eu quem fez o vestido de baile de Cinderela e quase todos os vestidos de casamento de quase todas as meninas que se casaram com príncipes encantados.

_ E para a Branca de Neve também costurou?

_ Como não? Pois foi justamente quando eu estava fazendo o véu da noiva de Branca que fiquei aleijada. A tesoura caiu-me sobre o pé esquerdo, rachando o osso aqui neste lugar. Fui tratada pelo Doutor Caramujo, que é um médico muito bom.

Sarei, embora ficasse manca o resto da vida.

-Acha que esse Doutor Caramujo é capaz de curar uma boneca que nasceu muda? - perguntou a menina.
- Cura, sim. Ele tem umas pílulas que curam todas as doenças, exceto quando o doente morre.
Enquanto conversavam, Dona Aranha ia trabalhando no vestido.
- Está pronto - disse ela, por fim. - Vamos prová-lo. Narizinho vestiu-se, indo ver-se ao espelho.
E estava mesmo linda. Linda, tão linda no seu vestido cor-de-rosa com estrelinhas de ouro, que até o espelho arregalou os olhos, de espanto.

Trazendo, em seguida, o seu cofre de jóias, Dona Aranha pôs na cabeça da menina um diadema de orvalho, e braceletes de rubis do mar nos braços, e anéis de brilhantes do mar nos dedos, e fivelas de esmeraldas do mar nos sapatos, e uma grande rosa do mar no peito.

Mais linda ainda ficou Narizinho, tão mais linda que o espelho arregalou um pouco mais os olhos, começando a abrir a boca.

_ Pronto? - perguntou a menina deslumbrada.

_ Espere - respondeu Dona Aranha Costureira. - Faltam os pós de borboleta.

E ordenou às suas seis filhinhas que trouxessem as caixas de pó de borboleta. Escolheu o mais conveniente, que era o famoso pó furta-todas-as-cores, de tanto brilho que parecia pó de céu-sem-nuvens misturado com pó de sol-que-acaba-de nascer. Polvilhada com ele a menina ficou tal qual um sonho dourado! Linda, tão linda, tão mais, mais, mais linda, que o espelho foi arregalando ainda mais os olhos, mais, mais, mais, até que - craque!... rachou de alto a baixo em seis fragmentos!

Em vez de ficar danada com aquilo, como Narizinho esperava, Dona Aranha pôs-se a dançar de alegria.

-Ora graças! - exclamou, num suspiro de alívio. Chegou afinal o dia da minha libertação.

Quando nasci, uma fada rabugenta que detestava minha pobre mãe, virou-me em aranha, condenando-me a viver de costuras a vida inteira. No mesmo instante, porém, uma fada boa surgiu, e me deu esse espelho com estas palavras: “No dia em que fizeres o vestido mais lindo do mundo, deixarás de ser aranha e serás o que quiseres”.

_ Que bom! - aplaudiu Narizinho. - E no que vai a senhora virar?
_ Não sei ainda - respondeu a aranha. - Tenho que consultar o Príncipe.
_ Sim, mas não vire em nada antes de destes retalhos um vestido para a Emília. A pobrezinha não pode comparecer ao baile assim, em fraldas de camisa como está.
-Agora é tarde, menina. O encantamento está quebrado; já não sou mais costureira. Mas minhas filhas poderão fazer o vestido da boneca. Não sairá grande coisa, porque não tem a minha prática, mas há de servir. Onde está a Senhora Emília?
Narizinho não sabia. Depois que furtou os óculos da velha e saiu correndo, ninguém mais vira a boneca.
Dona Aranha voltou-se para as seis aranhinhas.
-Minha filha - disse ela - o encanto está quebrado e logo estarei virada no que quiser. Vou, portanto, abandonar esta vida de costureira, deixando a vocês o meu lugar. O encantamento continua em vocês. Cada uma tem de conservar um pedaço do espelho e passar a vida costurando até que consiga um vestido que o faça rachar de admiração, como sucedeu ao espelho grande.
Nisto o Príncipe apareceu. Narizinho contou-lhe toda a história, inclusive a atrapalhação da aranha quanto à escolha do que havia de ser.

O Príncipe observou que seu reino estava com falta de sereias, sendo muito do seu agrado que ela virasse sereia.

_ Nunca! - protestou Narizinho, que era de muito bons sentimentos. - Sereias são criaturas malvadas, cujo maior prazer é afundar navios. Antes vire princesa.

Houve grande discussão, sem que nada fosse decidido. Por fim a aranha resolveu não virar em coisa nenhuma.

-Acho melhor ficar no que sou. Assim, manca duma perna, se viro princesa ficarei sendo a Princesa Manca; se virar sereia, ficarei a Sereia Manca - e todos caçoarão de mim. Além do mais, como já sou aranha há mil anos, estou acostumadíssima.

E continuou aranha.

Por que o mar tanto chora.
Cinderela Sergipana.(Silvio Romero 1883).

Onde morava uma Rainha.
Uma rainha que estava casada há muito tempo e ainda não tinha um filho.”Um Deus , permita que eu engravide, nem que seja para dar a luz à uma serpente”, ela rezava noite e dia até que por fim Deus concedeu sua prece e lhe concedeu uma filha , que nasceu com uma cobra enrolada no pescoço.
A princesinha recebeu o nome de Maria e, assim que aprendeu a falar, chamou a cobra de d.Labismina .As duas eram grandes amigas. Passeavam muito pela praia , nadavam juntas, brincavam.

Às vezes Maria deixava D.labismina mergulhava sozinha, mas se ela demorava a voltar , punha-se a chorar em grande aflição .
Um dia a cobra entrou no mar e desapareceu. Antes porém, disse a princesa que se estivesse em perigo , bastava chamá-la.

Anos depois a rainha de um país vizinho adoeceu. Quando estava preste a morrer , tirou um anel do dedo e o entregou ao rei , seu marido dizendo:
- “se você se casar de novo escolha uma princesa em cujo dedo caiba este anel direitinho.”

Tão logo ficou viúvo, o rei, que era um homem velho, feio e rabugento, resolveu procurar uma noiva .
Mandou o anel para todas as princesas do mundo experimentarem, e ele não coube em nenhum dedo.
Então descobriu que uma princesa ainda não experimentara :Maria foi visita- la em seu palácio e sem a menor dificuldade colocou-lhe o anel no dedo. Maria não queria se casar com aquele homem horroroso, , mas seus pais exultaram, pois era um a homem imensamente rico.
O casamento foi marcado pra breve .A pobre noiva desesperada , chorou dias a fio, até que se lembrou do que Dona Labismina lhe dissera ao se despedir .Foi então para a praia , chamou sua fiel amiga e lhe contou o que estava acontecendo.”Não se preocupe”, a cobra falou.”Diga ao rei que só se casará com ele se ele lhe trouxer um vestido da cor da mata com todas as flores.”
Maria fez exatamente como Dona labismina lhe recomendou.
O velho ficou muito aborrecido, mas, como estava encantado com a beleza da noiva , prometeu que lhe daria o tal vestido. Demorou bastante tempo, porém acabou cumprindo sua palavra.
“E agora, o que vou fazer?”, a princesa perguntou à cobra .Diga-lhe que só se casará se ele lhe der um vestido da cor do mar com todos os peixes.”, respondeu a boa amiga”.
O rei se aborreceu ainda mais, porém fez de tudo para atender a exigência da noiva .E lá se foi Maria mais uma vez pedir socorro à Dona labismina .”Diga-lhe que só se casará se ele lhe der um vestido da cor do céu com todas as estrelas.”, recomendou a cobra.
Ao tomar conhecimento desse novo capricho, o rei ficou terrivelmente irritado, mas, como das outras vezes , prometeu satisfazê-lo e não deixou de cumprir a promessa.
Desesperada, a princesa correu para a praia , onde sua fiel amiga já a esperava em um barco a postos.
“Fuja depressa!”, disse-lhe Dona labismina.” Este barco a levará para um reino distante , onde você se casará com o filho do rei. No dia de seu casamento , vá até a praia e me chame três vezes , para que meu encantamento se rompa e eu também seja princesa.”

Maria partiu e, conforme a cobra informara foi ter a um reino distante. Sem recursos para se manter , dirigiu-se ao palácio e pediu emprego. Encarregaram-na de cuidar do galinheiro.

Pouco depois se realizou uma festa anual na cidade que durava três dias. A família real e os fidalgos saiam para festejar com o povo. Maria recebeu ordens de ficar com as galinhas, porém assim que se viu sozinha pós seu vestido cor da mata com todas as flores e pediu a dona labismina uma carruagem e também foi à festa.

Todos que a viram se maravilharam com sua beleza , principalmente o filho do rei , mas ninguém a reconheceu.

Principalmente o filho do rei, mas ninguém a reconheceu .Maria se divertiu algumas horas e voltou para o palácio .Estava em seu canto toda esfarrapada quando o príncipe chegou e disse:vc viu aquela maravilha? , o rapaz perguntou à mãe antes de descer da carruagem, .”Não acha que se parece com a moça que cuida de nosso galinheiro?””A rainha franziu a testa surpresa “Imagine, a moça que trabalha em nosso galinheiro, vive maltrapilha e suja.. ”O príncipe deixou os pais falarem e foi falar com Maria”:

-Hoje vi lá na festa uma princesa muito parecida com você...”corando até a alma a princesinha murmurou:” Por favor alteza, não zombe de mim!”•No dia seguinte, depois que todos saíram, Maria pôs sua vestida cor do mar com todos os peixes e foi se divertir um pouco.•Perdidamente apaixonado o príncipe perguntou a uns e outro quem era aquela beleza, mas ninguém soube lhe dizer.•No terceiro dia da festa Maria usou seu vestido da cor do céu com todas as estrelas, e quando ia se retirar, recebeu do príncipe uma jóia.•Encerrados os festejos , o filho do rei caiu numa tristeza de dar pena. passava o tempo todo na cama, suspirando, e se recusava a comer. Sem saber mais o que fazer , a rainha ordenou à moça do galinheiro que preparasse uma canja suculenta para o filho debilitado. Maria obedeceu sem pestanejar e, antes de mandar a tigela de canja para o príncipe, colocou dentro o presente que ele lhe dera. Ao tomar a primeira colherada o rapaz encontrou a jóia e saiu da cama gritando estou curado, minha amada só pode ser a moça do galinheiro.•A rainha chamou Maria, que se apresentou usando o vestido da cor do céu , e naquele mesmo dia se casou com o príncipe.•Zonza de felicidade, a jovem se esqueceu de ir á praia e chamar por três vezes por sua fiel amiga assim , dona Labismina nunca se libertou de seus encantamentos , e é por isso que o mar tanto chora.••E se esqueceu de sua boa , amiga Dona Labismina.•E é porisso que o mar tanto chora...••”.

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